A palavra antissocial é usada informalmente para se referir a pessoas que não gostam muito de socializar. Mas, na realidade, o comportamento antissocial, dentro da área da psicologia, representa algo muito mais complexo, que está ligado a um transtorno de personalidade que leva a atitudes inadequadas e desobediência em relação a regras.

Ao longo do artigo iremos explicar melhor o comportamento antissocial e mostrar como ele pode ser prejudicial para o desenvolvimento de uma pessoa. Siga a leitura e entenda!

O que caracteriza o comportamento antissocial?

Antes de qualquer coisa, é preciso deixar claro que o comportamento antissocial é um transtorno bastante grave e que deve ser levado a sério. Por isso, não pode ser confundido com o simples hábito de preferir ficar em casa em vez de sair com os amigos, por exemplo. Ser introvertido não é o mesmo que ser antissocial, são duas situações totalmente distintas.

O introvertido escolhe passar tempo sozinho, fazendo coisas que gosta, isso não lhe causa qualquer prejuízo. Da mesma maneira que o extrovertido prefere estar acompanhado durante a maior parte do tempo. O termo antissocial não se refere a preferir ficar só e sim a ter comportamento que afastam os demais, conforme poderá entender melhor adiante.

O comportamento antissocial, também chamado de sociopatia, está ligado a padrões de conduta em que uma pessoa desconsidera os sentimentos das outras, ou seja, não sente empatia. Por conta dessa ausência da capacidade de compreender o outro, o indivíduo que sofre esse transtorno pode cometer atos totalmente inadequados e prejudiciais sem qualquer remorso.

Basicamente, o indivíduo não interage com as outras pessoas das maneiras normais como estamos acostumados. Além disso, é comum que aqueles que apresentam o comportamento antissocial se envolvam com abuso de substâncias, como drogas e álcool. Por conta de todos esses pontos, costumam enfrentar dificuldades para trabalhar, estudar e manter relacionamentos.

Prejuízos no desenvolvimento ligados ao comportamento antissocial

PSC

Pessoas que têm transtorno de personalidade antissocial têm tendência a não respeitar normas sociais. Dessa maneira, podem se envolver em comportamentos de risco, como abuso de substância, dirigir de forma perigosa e sem respeitar as leis de trânsito, além de outros delitos.

Esse tipo de atitude se dá por conta da ausência da capacidade de sentir empatia. Então, como não possuem qualquer preocupação com os outros, os indivíduos com essa condição agem sem qualquer critério. Eles não se preocupam com a própria segurança e nem com a de terceiros.

Além de todos os problemas que isso pode gerar, um de grande destaque são os prejuízos em um âmbito de muita importância para os seres humanos, os relacionamentos. Os indivíduos antissociais, por não conseguirem sentir empatia, acabam afastando todos ao seu redor por conta de seu comportamento inconsequente. Isso acaba também influenciando a carreira profissional, impedindo o desenvolvimento nessa área.

Principais sintomas do comportamento antissocial

Apenas um profissional devidamente habilitado pode dar o diagnóstico de transtorno antissocial. De qualquer forma, existem certos sinais que aqueles que possuem o problema apresentam através de seu comportamento que servem como um sinal de alerta para seus familiares, veja quais são.

  • Ignorar os conceitos de certo e errado;
  • Usar mentiras para obter vantagens através de outras pessoas;
  • Não ter qualquer respeito ou consideração com os outros;
  • Atitude arrogante e postura de superioridade;
  • Cometer atos que infrinjam as leis sem qualquer preocupação;
  • Intimidar outras pessoas e ignorar os direitos delas;
  • Irritabilidade excessiva e agressividade;
  • Não expressar qualquer sinal de empatia ou remorso;
  • Assumir riscos totalmente desnecessários, sem considerar a propria segurança ou dos demais;
  • Manter relacionamentos negativos e abusivos;
  • Não aprender com as falhas e cometer erros repetidamente;
  • Postura irresponsável em relação a obrigações de trabalho e familiares.

Na maior parte dos casos, os sinais costumam aparecer antes dos 15 anos de idade. Agressões contra colegas e animais, depredação de propriedades e violações de regras estão entre os primeiros comportamentos observados.

Dois filmes que abordam histórias sobre esse tipo de transtorno são: “O Anjo Malvado”, de 1993, que é protagonizado pelo ator Macaulay Culkin, e “Prenda-me se for capaz”, de 2003, que tem Leonardo DiCaprio no papel principal.

Causas do comportamento antissocial

O comportamento de uma pessoa é formado através de uma combinação de pensamentos e emoções. A personalidade de cada indivíduo começa a ser formada na infância e reúne fatores genéticos e de experiências de vida.

Em se tratando das causas do comportamento antissocial, não há uma definição clara a respeito. Mas, com base em informações obtidas em pesquisas, acredita-se que pode existir uma tendência genética, uma mudança em certas funções cerebrais. Unindo-se a isso, certas experiências podem se tornar fatores agravantes para o quadro.

Alguns fatores de risco identificados ao longo de anos de estudos sobre o transtorno de personalidade antissocial incluem:

  • Crianças que são diagnosticadas com transtorno de conduta infantil;
  • Histórico familiar de transtorno de personalidade antissocial ou outros transtornos de personalidade;
  • Sofrer abusos e negligência na infância.

Um fator interessante a ser considerado é que o transtorno de personalidade antissocial é mais comum em homens do que em mulheres.

É possível prevenir o comportamento antissocial?

Como não há uma definição clara em relação às causas do transtorno de personalidade antissocial, não é possível evitá-lo totalmente. Contudo, existem medidas que podem ajudar a evitar o problema. Por se tratar de um distúrbio que geralmente começa a apresentar sinais na infância, pais e educadores devem se manter atentos a qualquer comportamento inadequado e que demonstre desvio de conduta.

Quanto mais precocemente o transtorno é diagnosticado, mais rapidamente o tratamento pode ser iniciado. Assim, se evita que o indivíduo se envolva em situações que ofereçam risco a ele e aos outros, garantindo, também, uma maior eficácia das medidas adotadas.

Por mais delicado que seja tratar sobre esse assunto, é fundamental reconhecer que há um problema e buscar ajuda. É importante lembrar que dificilmente os próprios indivíduos irão tomar essa iniciativa, mesmo que sejam adultos. Então, cabe aos familiares e amigos incentivarem essa procura o quanto antes.

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