O que significa medo para você? De que você tem medo?

O medo é uma emoção comum a todos os seres humanos, que se manifesta em diferentes proporções e momentos das nossas vidas. Mas por que ele existe? Será que a vida seria melhor sem ele? Como podemos lidar com esse sentimento ao longo da vida?

A verdade é que esse sentimento é útil e necessário, por mais desagradável que pareça. Neste artigo, vamos compreender melhor por que ele surge e como podemos lidar com ele. Para saber mais sobre o tema, continue a leitura a seguir!

O que é o medo? Por que ele existe?

O medo é definido pela psicologia como um estado emocional que surge diante da consciência de um perigo ou de algo que suscita essa consciência. Trata-se de um temor, ou seja, de um receio sobre algo real ou imaginado.

A natureza e o universo projetaram o medo para garantir a sobrevivência física do ser humano. Por isso, o nosso cérebro reptiliano — o “pedaço primitivo” — produz uma reação de luta ou fuga sempre que a nossa integridade física está em perigo.

Esse sentimento é muito importante para que possamos nos proteger ou nos defender das ameaças. O medo de altura, por exemplo, nos ajuda a ser mais cuidadosos quando estamos em um lugar elevado, afinal de contas, a queda pode nos levar à morte, dependendo da altura.

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Quando pensamos nos nossos ancestrais que moravam nas cavernas, entendemos que os que sentiam medo conseguiam se proteger e sobreviver das ameaças, transmitindo os genes do medo às gerações seguintes, até chegar ao homem moderno. Já aquele homem das cavernas que não tinha medo de nada provavelmente morreu prematuramente, exposto a alguma ameaça, sem transmitir os seus genes aos seus sucessores.

Por isso, o medo é uma emoção necessária para a nossa proteção, sendo altamente funcional e adaptativo. Trata-se de um mecanismo fundamental à evolução das espécies, inclusive da nossa.

Quais são os tipos de medo que existem?

Quando sentimos medo, liberamos hormônios que aceleram os nossos batimentos cardíacos, podendo também nos causar ressecamento nos lábios e contrações musculares involuntárias. É a natureza deixando o nosso corpo em alerta máximo, pronto para correr quilômetros ou enfrentar um cão furioso, a fim de proteger a vida.

Todavia, estudos sobre a Inteligência Emocional, consideram que existem dois tipos de medo: os medos reais e os medos emocionais.

  • Os medos reais

Os medos reais estão associados a situações que oferecem riscos reais, como o medo de se machucar ao saltar de paraquedas ou o medo de ser demitido após expor as suas opiniões mais polêmicas na empresa.

Esses medos são agentes protetores, e não geram insegurança, pois não são capazes de interferir no sentimento de capacidade individual. Eles são reais e concretos, pois são proporcionais ao risco oferecido. São esses medos que nos fazem pensar antes de agir, de tomar uma decisão ou de fazer uma escolha.

  • Os medos emocionais

Os medos emocionais, por sua vez, dizem respeito ao temor de passar por alguma situação que possa provocar prejuízos emocionais, como o medo de fracassar, de se frustrar, de ser rejeitado, criticado ou abandonado.

O medo de ser rejeitado ou criticado, por exemplo, tem origem na gestação: a ciência tem apontado, cada vez mais, que os sentimentos, pensamentos e emoções dos pais influenciam o desenvolvimento físico e emocional do bebê durante a gestação. Assim, muitos medos manifestados na fase adulta podem ter sido gerados ainda no útero materno. Por essa razão, podemos considerar que o medo é o cerne da existência humana.

Os medos emocionais geralmente se relacionam a sentimentos de incapacidade, inferioridade e falta de merecimento. Por essa razão, podem nos paralisar, nos impedindo de conhecer e explorar todo o nosso potencial, nos afastando de pessoas e nos fazendo desistir de nossos sonhos. Ao contrário dos medos reais, esses medos podem ser irracionais, por não serem proporcionais aos riscos ou compatíveis com a realidade.

Por que o medo é o pai de todas as nossas emoções?

Conforme as civilizações foram crescendo e se tornando sociedades, a vida da humanidade se tornou mais segura, e o foco dos nossos medos passou a ser direcionado à esfera psicológica. Explicando: hoje em dia, os nossos riscos estão muito mais associados ao desemprego, às dívidas e ao TCC da faculdade do que a sermos atacados por um animal selvagem, como era na época das cavernas.

Dessa transformação, começou a surgir o senso de identidade pessoal, como o “eu” e o “não eu”. Entretanto, nós nunca deixamos de lado o medo que temos da sobrevivência. Quase todas as atividades da mente humana podem ser decifradas a partir do medo. Sendo assim, podemos afirmar que o medo é o “pai” de todas as nossas emoções.

Por exemplo, quando sentimos ódio, se investigarmos bem, o cerne do sentimento de ódio, é o medo. Nesse caso, o medo de ser dominado é o que causa o ódio e a repulsa por alguém. Outro exemplo é o ciúme: ele nada mais é do que o medo de ser superado por outra pessoa. Quando sentimos que a nossa estrutura psicológica está ameaçada por uma pessoa ou situação, nos tornamos inseguros e em alguns casos, até mesmo agressivos.

Quando sentimos culpa, ela nada mais é do que a representação do medo que sentimos da distorção da nossa imagem pessoal.  A mágoa e a dor são também a manifestação do medo de sermos julgados e rejeitados.

Conforme amadurecemos física e psicologicamente, nos damos conta de que o medo consiste basicamente na projeção da percepção da realidade que vivemos e das emoções que sentimos. E por estar relacionado à nossa percepção, o medo não pode ser caracterizado como uma emoção que retrata a realidade concreta de um indivíduo, mas a forma como ele a vê naquele momento.

Conclusão

Quando tomamos consciência de que o medo é apenas uma projeção da mente, nos permitirmos ser vulneráveis, expondo as nossas fraquezas, percepções e medos, a fim de ressignificá-los. Assim, tornamos as nossas vidas mais leves e libertas de crenças limitantes e percepções distorcidas. Por isso, diante de um medo, entenda o que ele quer dizer, ou seja, de que ele quer protegê-lo.

Além disso, verifique se a intensidade desse sentimento é realmente proporcional aos riscos detectados. Em alguns casos, essa emoção é tão intensa que se torna irracional, como é o caso das fobias. Nessa situação, estamos diante de um transtorno ansioso, que compromete a qualidade de vida da pessoa, a impede de agir em diversos contextos e demanda acompanhamento psicológico.

Lembre-se sempre de se lembrar de nunca se esquecer de que o medo tem a importância e o tamanho que nós damos a ele!

Sabendo de todas essas informações, agora, ficamos curiosos para saber: de que você tem medo? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!