Quando falamos em criatividade, muitas pessoas têm noções equivocadas sobre o tema. Elas consideram essa característica um dom milagroso que vem dos céus, como se fosse um talento ou uma questão genética, que algumas pessoas têm quando nascem, e outras não. Isso não é verdade.

A criatividade é um componente essencial na vida humana. Sem ela, a humanidade provavelmente ainda estaria vivendo nas cavernas e utilizando o fogo para aquecer-se e iluminar o escuro — embora morar em uma caverna e descobrir o fogo já tenham sido indícios de criatividade!

Hoje em dia, consideramos criativo um bom trabalho em publicidade, uma obra de arte ao ar livre, um livro encantador e até mesmo um projeto arquitetônico mais ousado. Então, quer dizer que publicitários, artistas, escritores e arquitetos têm um componente a mais em seu DNA que lhes permite ser criativos? Nem de longe. Criatividade é algo que pode e deve ser desenvolvido por qualquer pessoa!

O que é a criatividade?

Agora que já desmistificamos algumas ideias que circulam pela sociedade sobre a criatividade, é hora de revelar exatamente o que ela é. A criatividade é a capacidade que uma pessoa tem de criar, ou seja, de produzir algo novo. Esse “algo novo” recebe o nome de inovação. Uma inovação não necessariamente é a completa descoberta de algo que ninguém tinha visto antes, como fogo, mas pode ser apenas um incremento ou uma adaptação que melhora algo que já existe.

O serviço de transporte por aplicativo, por exemplo, é considerado um bom uso da criatividade, afinal de contas, ele não inventou o celular e certamente não inventou o carro. No entanto, ele combinou essas duas tecnologias na criação de uma solução de transporte original.

De onde vem o pensamento criativo?

Por esse motivo, o pensamento criativo não é uma luz milagrosa que vem do céu e adentra a mente do indivíduo com uma resposta pronta. Ele não vem “do zero”. Todo pensamento criativo é resultado das experiências prévias do indivíduo, que ficaram ali, armazenadas em sua mente, mesmo que de forma subconsciente.

PSC

Cada livro que você já leu, cada programa ou filme a que você já assistiu, cada série ou telenovela que acompanhou, cada conversa que protagonizou, cada viagem que realizou, cada lugar que conheceu, enfim, cada momento enriquecedor que você viveu fica em sua mente, compondo aquilo que chamamos de “repertório mental”.

O pensamento criativo surge quando a mente, diante de um desafio, começa a vasculhar o seu repertório mental em busca de referências que permitam que você tenha uma ideia criativa e que possa aplicá-la no contexto do seu desafio.

Por isso, aquela ideia extremamente criativa de um publicitário para uma campanha na televisão pode ter sido uma combinação de coisas que ele viu em um livro, em um filme e em uma música, por exemplo. Sendo assim, as pessoas mais criativas não têm algo a mais em seu DNA e não têm um cérebro especial. O que elas costumam ter a mais do que os outros é justamente o repertório mental, ou seja, as referências que são matérias-primas para a criatividade.

Então qualquer pessoa pode ser criativa?

Sim, com certeza! A criatividade faz parte da vida humana. A pessoa que passa por uma crise financeira e começa a vender bolos para complementar a sua renda foi criativa, no sentido de que tinha esse talento e essa ideia em seu repertório mental, seja porque viu isso em uma reportagem na televisão, seja porque a vizinha faz algo parecido.

Portanto, toda pessoa tem, dentro de si, a criatividade, em maior ou em menor grau. É claro que um analista de dados talvez não precise ser tão criativo em seu dia a dia quanto um publicitário ou um escritor, mas a verdade é que todo mundo precisa ser criativo para vencer os desafios da vida.

Se o seu plano deu errado e você consegue encontrar um plano B, você já foi criativo! Vasculhou em seu repertório mental alguma referência que apontou esse caminho para você, mesmo que você não saiba de onde veio essa ideia. Está tudo aí, dentro da sua maravilhosa mente!

E como podemos ser mais criativos?

Não há uma fórmula mágica para desenvolver a criatividade, mas podemos dar algumas dicas que ampliam essa capacidade. Confira!

1. Amplie o seu repertório

Agora que você já sabe que as referências são o combustível da mente, você precisa ampliar o seu repertório. Isso significa que você precisa parar de ouvir sempre as mesmas músicas, assistir sempre aos mesmos filmes e conversar sempre com as mesmas pessoas.

Ampliar o repertório envolve diversificar as suas atividades e o tipo de conteúdo que você consome. Mesmo que você não goste de comédias românticas, por exemplo, é importante conhecê-las. As boas ideias frequentemente surgem de referências para as quais não damos muita importância na hora!

2. Diversifique a sua forma de agir

Ter uma rotina é muito bom, pois a sistematização das tarefas facilita e acelera a sua realização. Todavia, isso pode nos conduzir a uma espécie de piloto automático, que retira da atividade o pensamento e a originalidade. Dessa forma, verifique as ações que já estão automatizadas em seu dia a dia e pense em jeitos diferentes de fazê-las.

Coisas simples como alterar a ordem como você se veste ou diversificar os caminhos que você faz até o trabalho podem ser boas sugestões. Essas mudanças exercitam no seu cérebro a necessidade de manter-se atento e ativo, o que favorece a criatividade e evita o retorno ao piloto automático.

3. Exercite essa competência diariamente

O que você pode fazer para exercitar a sua criatividade? Desenhar? Escrever? Pintar um quadro? Compor uma música? Tocá-la em um instrumento musical? Adquira hobbies em que a criatividade se faça necessária. Lembre-se de que o cérebro é como um músculo: ele cresce na medida em que o exercitamos de forma frequente.

Além disso, pense também em como você pode ser mais criativo no seu trabalho, mesmo que a sua profissão não seja essencialmente criativa. Ainda que você tenha um trabalho mais burocrático, pensar em maneiras de desenvolvê-lo ou em modos de tornar o seu ambiente de trabalho mais agradável podem ser muito interessantes.

4. Permita-se errar

Por fim, entenda que a criatividade geralmente não trabalha com o “certo” e o “errado”, mas sim com o “funciona” e o “não funciona”. Uma campanha publicitária pode ser tecnicamente perfeita, mas, ainda assim, não produzir os resultados esperados sobre o público-alvo.

Portanto, entenda que todo trabalho criativo tem riscos de ser interpretado equivocadamente. É a cruz de todo publicitário, designer, arquiteto, artista ou escritor. No entanto, se isso acontecer, não desista. Ouça as criticas construtivas que receber e utilize-as na concepção de novas ideias. O melhoramento contínuo faz parte do desenvolvimento das mentes verdadeiramente criativas.

E você, ser de luz, tem exercitado a sua criatividade? Como? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Por fim, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!