Tendo pensado sobre a rapidez e a sensatez na tomada de decisão,  é bom conhecermos como esse processo se constrói na nossa vida. O ponto de partida é reconhecermos que estamos a todo o momento, estamos tomando decisões. Ir ou ficar, comer agora ou mais tarde, aceitar um convite ou deixar para depois, recusar ou aceitar um novo trabalho, outra demanda ou um novo cliente. Nestas e noutras situações temos que exercitar a nossa tomada de decisão e, buscar fazer sempre a melhor escolha possível.

Entretanto, enquanto algumas pessoas gostam de tomar a dianteira de suas vidas tendo sempre à mão o poder de decidir, outras refutam completamente e fogem de contextos que requerem sua opinião direta. Isso ocorre em decorrência de inseguranças, baixa autoestima ou mesmo por medo de se comprometerem.

Porém, tanto em nossa vida pessoal como profissional, não dá para terceirizar certas decisões e deixar que outras pessoas decidam o que é melhor para nós. Por isso mesmo é que precisamos desenvolver esta capacidade e assumir o controle de nossos desejos e opiniões e mostrar a todos quem realmente somos e do que gostamos ou não.

Para compreender o processo de tomada de decisão foi desenvolvida a Teoria da Decisão, tendo como propósito estudar os processos envolvidos no ato de decidir. Segundo essa teoria, para entender como tomamos nossas decisões é importante fazer uma análise psicológica, no que tange os aspectos cognitivos e comportamentais da mente humana, bem como elementos da matemática, filosofia e estatística com o propósito de desvendar quais são as influências no processo de tomada de decisão em diferentes contextos e momentos.

Ao decidirmos algo, nós usamos argumentos reais ou imaginários para nos ajudar em nossas deliberações. Para isso, a Teoria da Decisão leva em conta quais são os valores, objeções, alvos e intenções da pessoa e o que ela considera importante ou não quando precisa dar um parecer sobre algo ou alguém.

Somos o resultado das nossas escolhas, logicamente aquilo que conquistamos ou deixamos de conquistar na vida pessoal e profissional é fruto das decisões que tomamos, portanto, quem decide com clareza, consciência, responsabilidade e assertividade tem bem mais chances de alcançar seu estado desejado e a satisfação que busca.

A Roda do Processo de Tomada de Decisão tem cinco dimensões, cada uma delas indica um elemento influenciador das nossas decisões e, por conseguinte, indica um tipo de ativadores mentais que está mais presente na nossa psique.

PSC

Abaixo há as cinco dimensões. Atribua ao final uma nota de 0 a 10 para o grau de influência que cada uma dessas dimensões tem em sua vida cotidiana, incluindo sua vida profissional. Ao final, transfira o resultado para a Roda.

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1-Decisão baseada no Instinto

Este é o tipo de decisão baseado em nossos instintos mais orgânicos, naquilo que nasce conosco, que está em nosso sangue e que nos faz agir sem mesmo termos sido, conscientemente, ensinados de como fazer algo. Um bom exemplo é quando somos recém-nascidos, quem nos ensinou a mamar? Ninguém! Porém, por um instinto nato de sobrevivência já buscamos o peito de nossa mãe para nos alimentar.

As decisões baseadas em instinto são impensadas, ou seja, não há nenhum grau de racionalização por trás delas. Estão geralmente ligadas à sobrevivência e podem ser, muitas vezes, eticamente questionáveis, mas também podem criar atos de heroísmo, como quando alguém corre algum risco de vida e outra pessoa instintivamente a socorre, colocando-se também em risco.

Um sina de que a decisão foi tomada instintivamente é quando alguém nos pergunta posteriormente: “por que você fez isso?”. Essa pergunta, que denota surpresa, mostra que, racionalmente, talvez essa decisão não fosse tomada. Decisões instintivas nos fazem também, esconder algumas falhas, pessoas. É algo absolutamente humano e presente no dia a dia de todos nós, mas o processo de racionalização faz com que a gente se distancie dessa forma de agir.

Você costuma agir instintivamente? Costuma tomar decisões absolutamente espontâneas e somente pensar depois da decisão tomada?

De 0 a 10, o quanto você avalia que toma decisões por instinto? sendo 10 um representativo de grande frequência e 0 de baixa frequência.

2-Decisão baseada em Crenças Subconscientes

Você já conhece a teoria sobre as crenças, que é uma das bases teórico-metodológicas do Coaching. Nossas crenças determinam nossas ações, emoções, nossa percepção do mundo, nossa autoestima e nossa capacidade de desenvolvimento pessoal e profissional e, a maioria das nossas crenças são inconscientes. Isso quer dizer que não sabemos que elas estão agindo em nós.

As crenças são incutidas em nós em todo nosso processo evolutivo. Desde a nossa infância estamos absorvendo uma infinidade de crenças que nos fazem tomar decisões com base nos paradigmas que acreditamos serem as verdades a serem seguidas. Como tal, estas ideias podem ser tanto positivas como negativas e dependem muito do conjunto de crenças que o profissional alimenta. Um dado importante é que quando tomamos decisões baseadas em crenças inconscientes, nossa mente considera, principalmente nossas experiências passadas, nossas memórias de fatos parecidos com o atual.

Neste caso, o processo de tomada de decisão também não é racional, sendo estimulado por sentimentos e emoções que nem sempre são os melhores. Talvez o exemplo mais claro seja a subestimação das mulheres. Quando um líder, um empresário, tem uma crença, inconsciente, de que mulheres não seriam tão boas quanto os homens em determinadas funções, ele acaba inconscientemente nunca selecionando uma mulher. Na cabeça dele foi apenas o fato de um homem ter se saído melhor na entrevista, mas na verdade, desde o início do processo seletivo, ao ver uma mulher, o inconsciente já aciona uma desconfiança que o faz nem cogitar a possibilidade.

Bem como as decisões instintivas, as decisões tomadas pelas crenças inconscientes só são percebidas quando algo nos desperta para a leitura crítica desse fato. Talvez, agora, lendo essas linhas, seja a primeira vez que você pensa sobre isso. Um modo de percebermos se estamos ou não agindo inconscientemente é perceber a carga emocional desencadeada pelo processo de tomada de decisão. Em geral, vivenciamos decisões como essas com emoções muito intensas, seja de alegria quando funciona ou com muita raiva e remorso quando não funciona.

Será que suas emoções não estão pesando muito nos seus processos decisórios. Ou será que não é necessário equilibrar as emoções e reavaliar as crenças para tomar decisões melhores?

Você tem percebido que seu grupo de crenças têm agido inconscientemente nos seus processos decisórios? É capaz hoje de refletir criticamente sobre isso e sobre as emoções desencadeadas pelo resultado das suas decisões?

De 0 a 10, o quanto você avalia que toma decisões baseado em crenças que outrora eram inconscientes?

3-Decisão baseada em racionalização

O processo de racionalização exige de nós grande poder de planejamento e de análise de variáveis. É um processo em que a decisão é resultado do pensamento e não mais do impulso ou da emoção. Não é que o campo emocional esteja de alguma forma neutralizado, ele apenas não tem o mesmo poder de influenciador como nas decisões baseadas nas crenças inconscientes.

Quando uma pessoa tem seu processo decisório baseado na racionalização, tende a tomar decisões com maior potencial de sucesso, mas para isso depende da possibilidade de racionalizar, que exige, sobretudo tempo e o máximo de informações possíveis sobre o assunto. Embora pareça o melhor modelo de tomada de decisão, muitas vezes o excesso de racionalização torna as decisões demoradas e com sua efetividade prejudicada.

Na racionalização, bem como nas crenças inconscientes, há a forte influência das experiências passadas, que constroem a história de cada um de nós. Isso é ao mesmo tempo um porto seguro e um empecilho de mudança. Quando ficamos muito presos a experiências e à nossa vida pregressa tendemos a construir um futuro muito parecido com o passado. Por isso, esse modelo decisório pode impedir decisões criativas, ousadas e com grande potencial transformador.

De qualquer forma é muito positivo racionalizar, ponderar, analisar variáveis antes de decidir sobre algo. Desde um simples cardápio para o almoço de domingo (que por impulso podemos fazer uma feijoada, mas ponderando o todo e buscando informações, descobrimos que há um convidado vegetariano), até algo importante como uma recolocação profissional ou um reposicionamento de marca.

Você tem o hábito de planejar suas decisões levantando todas as hipóteses e variáveis que possam ter algum impacto no processo?

De 0 a 10, o quanto você avalia que toma decisões baseadas em análises, planejamentos, mentorias e dados?

4-Decisão baseada em Valores

Não que tomar decisões baseado em valores não seja, de alguma for- ma, um processo de racionalização, mas aqui há um elemento novo: a coerência com os valores morais, pessoais, religiosos, organizacionais, familiares, humanos… enfim. Decisões que visam não apenas gerar sucesso, mas visam estar em consonância com um conjunto de critéri- os que consideram os principais valores do sujeito ou da organização.

Muitas decisões, às vezes, nos colocam em confronto com nossos valores. Se uma empresa precisa cortar custos, por exemplo, ela pode diminuir despesas de diversos lugares, mas sabemos que o que mais pesa nas saídas de uma empresa é a folha de pagamento. Sendo as- sim, a solução mais imediata seria a demissão de alguns funcionários. Caso a empresa tome essa decisão, contará com a compreensão de todos, por causa do cenário de crise, contudo, por conta dos valores pessoais e sociais da empresa e dos empresários, pode ser que em- presa decida não demitir ninguém e encontrar outras formas de diminuir as despesas.

Os valores passam a pesar quando vemos que algumas vezes deixamos de lucrar ou abrimos mão de alguma vantagem, para nos manter- mos fieis a algum princípio que faça sentido para nós. Esses princípios podem vir de muitos lugares. Se eles norteiam prioritariamente suas decisões, você acaba de encontrar o elemento central do seu processo decisório.

A racionalização nos leva muitas vezes ao esvaziamento dos princípios. Isso não é nem bom nem ruim, é apenas um fato que nos ajuda a compreender tudo que envolver decidirmos sobre algo. Decidir com base em valores significa fazermos, nós mesmos, um julgamento de moral e de coerência de nossas próprias decisões.

Você percebe que seus valores morais, religiosos e/ou humanos pesam nas suas decisões, mesmo que isso signifique algum prejuízo ou  a perda de alguma oportunidade?

De 0 a 10, o quanto você avalia que os valores impactam nas decisões que você toma?

5-Decisão baseada na Intuição

A intuição nesse caso não pode ser confundida com as crenças sub- conscientes. São essencialmente diferentes. As crenças subconscientes e o instinto estão ligados ao automatismo da sobrevivência e às memórias e crenças absorvidas por nós. A intuição, por sua vez, não está baseada em histórias passadas ou nos impulsos emocionais, ela está ancorada numa percepção de nível muito sutil, uma percepção que transcende nossos cinco sentidos.

A intuição pode ser algo desenvolvido, mas também podemos nascer com uma intuição já muito aberta. O que chamamos de “feeling” também é uma forma de intuição. A intuição não é racionalizada ela é um campo da espiritualidade. Ela não nasce na consciência ela nasce da nossa porção subceptiva, ou seja, da nossa essência, do nosso self 2, da nossa porção divina, que se liga a todos os elementos desse mundo.

As mulheres costumam se valer do seu “6° sentido”, que nada mais é que um sentido que não é físico, como o tato ou o olfato, mas um sentido que é abstrato, imperceptível, mas tão real quanto qualquer outro.

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Decisões baseadas na intuição podem ser difíceis de serem aprova- das em um grupo de líderes, por exemplo. “Vamos investir no produto X”, “por quê?”, “Por que minha intuição diz que será muito bom”. Parece estranho?

Pode ser um pouco ilógico, mas é tão possível quanto qualquer de- cisão baseada em números, estudos e gráficos. Contudo, é sempre um risco, porque o “dono” da intuição assume sozinho os riscos pelo sucesso e pelo insucesso. É uma forma que não se assemelha a numa das abordagens anteriormente apresentadas. A justificativa talvez não seja consciente nem inconsciente, mas baseado em algo que não pode ser completamente explicado e que se reflete de uma sabedoria que orienta a decisão do gestor.

Você confia na sua intuição a ponto de usá-la como base para suas decisões do dia a dia? Confia ou desconfia do seu feeling? Confia ou desconfia da sua capacidade de perceber para além dos 5 sentidos?

De 0 a 10, o quanto você avalia que usa sua intuição nos processos decisórios?

Agora transfira para a roda os valores atribuídos a cada campo e verifique visualmente os elementos que mais têm atuado na sua forma de decidir sobre sua vida, sobre sua carreira e que dizem um pouso sobre sua performance nesse processo.

Créditos da Imagem: Por StunningArt – ID da foto stock livre de direitos: 1076276255