Você já se perguntou qual é o Propósito de sua vida? Muitas vezes, nos pegamos pensando no real motivo da nossa existência. Para alguns, um propósito de vida é alcançar um sucesso profissional, que pode ser refletido na obtenção do próprio negócio ou ser denominado especialista em algo. Para outros, contribuir para que o mundo seja um lugar melhor é o verdadeiro propósito. Por fim, que nunca pensou que a paz de espírito é o objetivo principal?
Contudo, por que sempre relacionamos o propósito a uma área da nossa vida? Por que sempre mantemos desequilibrada a Roda da Vida e colocamos a nossa força toda sobre um aspecto de nossa existência, negligenciando os demais?
É importante termos em mente, quando falamos de Propósito, que ele deve abranger todos os aspectos de nossa vida, e não apenas um ou dois. O propósito permeia tudo o que fazemos, como acordamos, como nos vestimos, como vamos dormir, de que forma nos exercitamos, como conhecemos as pessoas, como lidamos com a situação.
Sem ele, tudo pareceria em perfeita e simétrica ordem, a vida continuaria seu curso, a Roda da Vida seguiria girando, mas de forma mecânica e sem motivação.
Claro que podemos viver a rotina sem nos perguntarmos o porquê de vive-la. Podemos, simplesmente, ir ao trabalho, almoçar, voltar para casa, namorar, entre outros, sem questionarmos se o trabalho nos satisfaz, se minha comida contribui para a sustentabilidade, se estou realmente feliz com o(a) atual parceiro(a).
Porém, quando nos deparamos com perguntas insistentes que partem de dentro de nós e nos fazem buscar o motivo das coisas, como, por exemplo, porque a rotina é tão dura e cansativa, por que queremos ter filhos, qual é a perspectiva de vida para os próprios 10 anos, precisamos perceber isso como um sinal de que perdemos nosso verdadeiro propósito.
Ao percebermos isso, o primeiro impulso é desistir de tudo, é de sair do relacionamento que já não parece ser uma fonte de companheirismo e felicidade, é pedir demissão do trabalho que só causa estresse, é mudar de área profissional, é sair de casa ou, até mesmo, de país.
Esse autoquestionamento, essa vontade de nos conhecermos de forma mais profunda e de solucionarmos, com aquilo que temos dentro de nós, as dúvidas quanto à existência nos leva a três perguntas a respeito do propósito:

  • O que acontece quando não temos um propósito de vida?
  • Como descobrimos nosso propósito?
  • O que acontece quando descobrimos o propósito?

VAMOS COMEÇAR COM A PRIMEIRA PERGUNTA: O QUE ACONTECE QUANDO NÃO TEMOS UM PROPÓSITO DE VIDA?
Sem o propósito, podemos viver de três formas. A primeira é uma total inércia e desinteresse pela vida. Não sentimos entusiasmo em nenhuma área, não sentimos vontade de explorar nossa criatividade, trabalhamos com ansiedade e sob muito estresse. Nesse estado, cresce o medo de não ser amado e de se sentir um ninguém perante a si mesmo e aos outros.
A segunda forma de viver sem propósito é em um estado de raiva e comparação incessante com todos ao redor. Internamente, construímos um inimigo, formado por tudo aquilo que não somos e invejamos nos outros, e nos vemos em uma batalha constante contra ele.
Por fim, uma terceira forma é vivenciar uma vida ancorada nos ideais de generosidade, de perfeição, de amor incondicional e de honestidade. Apesar de parecer o cenário desejado, será que é realmente bom?
Pense por um instante se é possível viver em um estado perfeito de generosidade e amor incondicional quando não conseguimos vivenciar um estado de paz interno. Será que conseguimos praticar esse ideal sem nos deixarmos levar pelos desafios que a vida coloca no nosso caminho? Será que conseguiríamos praticar o amor incondicional mesmo sendo acometido por mágoas, raiva e ressentimento?
Assim, as três formas de viver uma vida sem propósito parecem irreais e bem conflituosas, gerando mais sofrimento e sentimento de limitação do que um verdadeiro sentimento de plenitude espiritual.
Nesse estado, nos identificamos com nosso corpo, mas vivemos uma vida limitada ao medo da morte, do fracasso, das doenças e da velhice. Reconhecemos nossa história, mas nem sempre a honramos e respeitamos. Nos ligamos às pessoas, mas adquirimos por elas um sentimento de posse que nos faz ter medo de perdê-las. Nos entendemos como um ser social inserido em uma comunidade, mas esquecemos de todos os outros seres que fazem parte de outras comunidades, religiões, etnias.
Não é possível nascer um propósito dentro de um ser desconectado do Universo, pois, nessa condição, somos indivíduos com o campo de visão limitado. O encontro com o propósito só acontecerá quando sairmos do espaço que nos separa de todo o restante, quando atravessarmos a fronteira e decidirmos nos conectar com o que está ao nosso redor.
PARTIMOS PARA A SEGUNDA PERGUNTA: COMO DESCOBRIMOS O PROPÓSITO?
Podemos descobrir o nosso propósito também caminhando três caminhos distintos. O primeiro é por meio de uma investigação da vida. Leve sua mente para viajar por toda sua história, por tudo aquilo que te fascina e te faz feliz e, até mesmo, por aquilo que você não gosta tanto.
Assim que fizer isso, monte uma lista com tudo o que faz seus olhos brilharem. Escolha uma das opções, faça dela seu verdadeiro propósito, invista tempo, esforço e trabalho para que ele saia do plano da imaginação.
Se quiser tomar esse caminho, saiba que ele pode provocar confusão e até mesmo estagnação, pois, tomado sem a perfeita compreensão de si mesmo, pode gerar dúvidas no que realmente faz seus olhos brilharem.
O segundo caminho te leva a perceber quais são seus verdadeiros talentos. Quando nos conhecemos, entendemos de que forma conseguimos contribuir para que o mundo seja um lugar melhor. Se isso estiver aliado ao que amamos fazer, estamos diante do propósito verdadeiro.
Nesse caminho, encontre algo com o qual você seja muito bom e faça de tudo para amá-lo. No entanto, podemos construir um propósito? Podemos planejar um propósito como se planejamos as atividades do mês? O que seria da história da humanidade se Nelson Mandela, Martin Luther King Jr. e Rosa Parks tivessem seguido um desses dois caminhos?
Todos esses defensores dos Direitos Humanos seguiram o terceiro caminho de encontro ao propósito: partiram de um estado de desconexão e expandiram para um estado de conexão. Quando eles atingiram esse estado expandido de conexão, o propósito lhes foi revelado.
A jornada só se torna possível quando paramos de centrar nossa preocupação em nós mesmos e expandimos para um estado de conexão. Essa conexão é sinônimo de Gratidão, Compaixão, Inclusividade e Sensibilidade.
A conexão é gratidão quando compreendemos e temos plena consciência de que carregamos toda a história humana dentro de nós, de que somos o fruto da relação de inúmeras formas de vida, tanto de pessoas que conhecemos e das quais carregamos os genes, quanto de pessoas que nunca teremos a chance de conhecer.
A conexão é também compaixão, pois é perceber como estamos ligados à energia Universal, a toda Prosperidade e Abundância que existem e que devemos olhar para além do nosso próprio Eu, para além do Ego, para conseguirmos deixar a Alma fluir em consonância com a Divindade.
A conexão é inclusividade quando aceitamos que não há bem-estar sem que todos tenham uma boa qualidade de vida. Dessa forma, o nosso bem-estar é tão importante quanto o bem-estar do outro, seja esse outro a nossa mãe, nosso irmão, nosso companheiro(a), um colega de trabalho ou um desconhecido.
A conexão é, por fim, a sensibilidade, pois conseguimos perceber, sentir e vivenciar o sentimento do outro, negativo ou positivo, e conseguimos responder com Amor e Generosidade.
A percepção de que estamos integrados e em harmonia com o Universo só acontece quando experienciamos verdadeiramente a vida do outro e sentimos, dentro de nós, as necessidades e carências de todos aqueles com os quais convivemos em sociedade.
Ao compreendermos essas necessidades, cresce em nós uma paixão genuína por tudo e todos, um desejo pela vida, uma vontade de aumentar a alegria (nossa e dos outros), um sentimento de profunda criatividade e ideias inovadores.
Isto é, ao nos encontramos com o verdadeiro propósito, vivenciamos a real beleza da existência. E tudo isso é vivido de dentro para fora, como se algo despertasse no nosso interior ímpetos criativos, ideias, dons artísticos, amor, sentimentos puros, em direção à expansão infinita do exterior.
CHEGAMOS À TERCEIRA PERGUNTA: O QUE ACONTECE QUANDO DESCOBRIMOS O PROPÓSITO?
Convido você a refletir por um momento sobre sua jornada e pense em quanta energia você colocou em cada um dos passos. Agora rememorando, você se sente cansado? Você sente que gastou muita energia procurando o sentido da própria existência?
No momento em que vivenciamos o estado expandido de conexão, todo o esforço acaba, todo o cansaço evapora e toda lembrança, até mesmo as mais duras, se tornam leves. Isso porque não há mais busca, não há mais esforços empreendidos para a conquista do que quer que seja, não há energia liberada ou força feita que nos deixa fracos.
O Propósito traz para a vida a leveza e espontaneidade desejadas. A vida flui como um rio sem fazermos esforço. Conseguimos perceber todos os elementos Universais se desdobrando e se encaixando em perfeita sincronia e harmonia, alinhados com a vontade genuína de nosso coração.
O coração toma a dianteira de nossa vida, desperta para a Riqueza Universal e, assim, não precisamos mais fugir. Não há mais medo que nos assuste, nem temor que nos paralise, nem receio que nos impeça de seguir em frente. Há apenas o fluxo da vida, as pessoas, as ideias, as coisas, todos dançando o baile Universal.
Deixamos de lado qualquer limitação imposta pelo corpo físico, pelas nossas experiências (muitas delas traumáticas), pela nossa história, pela nossa condição e nos permitimos vivenciar o presente, celebrar a vida que acontece somente nesse momento, no aqui e agora.
Alcançamos o verdadeiro objetivo da existência: a plena celebração da vida. E tudo isso acontece quando mergulhamos em um estado de infinita conexão com o Universo.
Agora, é dado o momento de você refletir como está sua busca por um propósito. Você se sente cansado a cada passo de sua jornada? Você está disposto a deixar o Universo fluir e atingir um estado de conexão infinita?
Créditos da Imagem: Por Banana Oil – ID da ilustração stock livre de direitos: 766880638