Empreender é, antes de tudo, acreditar numa ideia e assumir uma iniciativa. É uma escolha profissional marcada por muitas decisões e muitas incertezas, mas com seus benefícios. Ser patrão de si mesmo e prosperar financeiramente, sem depender de um emprego, são as principais razões que levam as pessoas a empreender.

Em qualquer país, empreender é um grande desafio e, no Brasil, não é diferente. Ainda assim, segundo a pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor), de 2019, cerca de 53,4 milhões de brasileiros estão à frente de algum empreendimento, criando uma empresa ou já tendo seus negócios solidificados. Isso equivale a 38,7% da população adulta.

É um resultado bastante expressivo, que revelou, ainda, que o Brasil apresenta uma Taxa de Empreendedores Estabelecidos superior aos demais países do BRICS, EUA, México e Alemanha.

Por que empreender?

Segundo o referido estudo, há dois motivos que levam as pessoas a empreender: oportunidade ou necessidade.

A oportunidade acontece quando alguém tem uma ideia de produto ou serviço que atenda a alguma demanda específica da população. A necessidade, por sua vez, ocorre diante de uma escassez de empregos no mercado formal, o que leva as pessoas a investirem em um negócio próprio.

Naturalmente, o segundo tipo é o mais frequente no cenário do empreendedorismo brasileiro. Sobretudo no ano de 2020, em razão da pandemia de Covid-19, a tendência é que o emprego formal fique mais escasso e, em compensação, mais iniciativas empreendedoras sejam registradas.

Quais são os principais desafios do empreendedorismo no Brasil?

PSC

Apesar desse cenário favorável ao empreendedorismo no Brasil e das iniciativas governamentais (como o MEI), não se pode negar que o país ainda precisa superar alguns entraves, sobretudo para quem quer começar um negócio:

  1. Burocracia

O MEI é uma iniciativa que facilitou muito a formalização de profissionais autônomos e microempresários. No entanto, outras modalidades de empreendedorismo ainda sofrem com a burocracia do sistema brasileiro. Enquanto em alguns países desenvolvidos pode-se abrir um negócio em cerca de 5 dias, esse tempo pode superar a marca de 100 dias no Brasil, segundo dados do Banco Mundial (2014).

  1. Impostos

CSLL, PIS, ISS, COFINS, IRPJ, ICMS, são tantas as siglas referentes a impostos que o brasileiro até se desanima. Estamos entre os países que mais cobram impostos sobre empresas no mundo.

É fato que alguns deles estão isentos no caso dos MEIs, mas, ainda assim, é preciso levar em consideração que são muitos impostos a serem pagos, sendo que o não pagamento de qualquer um deles acarreta problemas com a justiça.

  1. Capacitação

Infelizmente, o sistema educacional no Brasil deixa muito a desejar, em comparação com outros países. A população chega à idade adulta com baixa qualificação, e ainda são poucos os brasileiros com ensino superior.

Isso dificulta, sobretudo, o acesso a iniciativas empreendedoras mais técnicas ou mais inovadoras. Além disso, faltam cursos, programas e outras iniciativas de incentivo e educação voltada ao empreendedorismo no Brasil.

Em conclusão, o Brasil é um país com expressiva população adulta envolvida em algum tipo de iniciativa empreendedora. No entanto, a desburocratização, a redução de impostos e a capacitação profissional destinada ao empreendedorismo ainda são questões que precisam ser desenvolvid