Dotshock/Shutterstock No Psicodrama realizado no processo de Coaching todos os participantes atuam juntos na dramatização
Agora que estamos familiarizados com as origens, definições, procedimentos e importância da técnica psicodramática, vejamos como aplicar o Psicodrama na prática do Coaching. Haverá uma pequena encenação durante a sessão. Primeiramente, o coach explica ao coachee quais as vantagens e os fins a que se quer chegar com este processo.
Ambos decidem se a encenação será gravada em vídeo ou não. O coach orienta sobre quais competências, habilidades ele quer trazer à tona, como, por exemplo, a capacidade de administrar emoções, e relata um acontecimento no qual ele acredita não ter adotado uma atitude adequada. Outra opção é o próprio grupo criar uma situação genérica que seja familiar dentro de uma empresa (caso seja uma equipe de business) de algo que precise ser aprimorado ou refletido.
No psicodrama trabalha-se com a espontaneidade, deixando a criatividade conduzir o processo, sem ensaio ou qualquer combinação prévia, no máximo um pequeno roteiro feito de forma oral, mas sem falas ou marcações de palco/ espaço. Agora, o coachee deve se comporta de forma distinta à anterior (exemplo: se estava sentindo ansiedade, a substitui pela calma, conforme for o papel).
Representações de diferentes conflitos serão feitas posteriormente. O coach incentiva o grupo a solucionar situações problemáticas no futuro, as considerando como roteiros inesperados.
Conteúdos
Aplicação do Psicodrama num Processo de Coaching
Há quatro etapas importantes do processo de Psicodrama. Essas etapas foram descritas pela psicodramista Tânia Fator, como:
Aquecimento inespecífico/preparação –
Nesse momento o coach discute com o grupo as questões mais ligadas ao estado desejado que podem ser tratadas por meio da dramatização. É que é por onde o método se inicia, se o grupo ainda não tiver entrosamento suficiente pode ser feita uma primeira atividade para fortalecer o vínculo. Pode-se aproveitar para selecionar de modo natural os protagonistas da situação que será dramatizada.
Aquecimento específico –
É a definição dos personagens e da cena. Caso seja necessário algum elemento cênico como uma mesa para simular uma reunião, uma garrafa com água, pasta com papeis, etc. É também o momento em que se estabelece a concentração e o clima para o que acontecerá em seguida.
Dramatização –
É a representação dos papéis, o ato, a ação dramática em si. Ela deve ser o mais realista possível, é necessário deixar emergir sensações verdadeiras e reações verdadeiras, sempre sendo comandados pela espontaneidade.
Comentários –
Por fim, o grupo compartilha as emoções vivenciadas, fala livremente e sem julgamentos, vive uma verdadeira catarse, expurgando todos os sentimentos. Um ponto importante é entendermos que psicodrama embora seja uma encenação não é um teatro como conhecemos. O psicodrama se distancia do teatro por muitas razões.
No psicodrama não há plateia. Todo o grupo está envolvido na dramatização. Não há uma preocupação estética com a cena e nem uma preocupação técnica com a ação dos sujeitos (que não são atores). O objetivo é extrairmos a dramatização da interpretação de papéis focando nas emoções reais, que emergirão da espontaneidade e da relação do grupo.
As reflexões são o ponto de visão de cada participante, em um processo de autoconhecimento e aprofundamento das relações sociais.
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