Se o feedback é tão capaz de modificar impressões; desatar nós; desfazer mal-entendidos e, principalmente, abrir as portas para o surgimento de soluções, não seria nada exagerado pensarmos que a sua versão individual, estilo “faça você mesmo”, alcança os mesmos resultados. Estamos falando do chamado autofeedback.

Neste artigo, você vai compreender melhor o que é o autofeedback, um dos pilares que compõem o próprio processo de coaching, e como ele amplia o autoconhecimento das pessoas, contribuindo com melhorias contínuas no alcance dos seus objetivos. Ficou curioso? Então, continue a leitura a seguir para saber mais sobre o tema!

O que é o autofeedback?

O autofeedback é um tipo de evolução do feedback. Por meio dessa técnica, o próprio indivíduo realiza uma autoavaliação, identificando as suas forças e dificuldades, sem a necessidade de outra pessoa para apontá-las. Esse processo demanda bastante autoconhecimento, disciplina, humildade e honestidade. Se uma pessoa se considera “perfeita”, com certeza o autofeedback será inútil.

A verdade é que esse modelo mais pessoal de feedback tem características únicas e não só entrega resultados equivalentes aos da prática tradicional, aquela feita a dois, como vai além, podendo produzir aquilo que no coaching chamamos de resultados extraordinários.  Isso é bem plausível porque os possíveis entraves existentes quando se está em um feedback com outra pessoa acabam sendo removidos, já que o interlocutor é você mesmo.

Quais são os benefícios desse processo?

Questões mais delicadas ou íntimas, que estamos pouco ou nada propensos a tratar com aquele com quem realizamos um feedback, podem estar totalmente liberadas nesse caso. Ora, se o receptor das perguntas é você mesmo, não há por que sermos tão cheios de dedos na abordagem.

Outro aspecto que causa frios na barriga na versão tradicional de feedback, a questão da hierarquia profissional entre os praticantes, é também uma etapa superada no autofeedback. Afinal, mesmo a mais formal das criaturas está desobrigada a tratar a si mesmo com os rigores ou cuidados com que se dirige a um superior.

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Na prática, portanto, o autofeedback abre as portas para que o seu “eu interior” seja questionado sem papas na língua. Todos os possíveis “não me toques” exibidos no feedback tradicional, e que são necessários até para uma condução harmoniosa da conversa, estão ausentes dessa outra modalidade. Fica-se inteiramente livre, inclusive para abordar temas sensíveis, de natureza privada, e aos quais dificilmente daríamos vazão usando o modelo usual.

Assuntos tabus, que só viriam à tona em uma sessão de coaching, acabam tendo um canal de expressão via autofeedback. E o melhor é que a perspectiva disponível aí é também a da sua singularidade individual, partindo do pressuposto de que ninguém sabe tão bem como você onde exatamente o sapato aperta.

Qual é a relação entre o autofeedback, o autoconhecimento e o coaching?

Quase toda a sagacidade do processo de coaching está baseada no autoconhecimento que ele nos permite alcançar. Quem se conhece erra menos, faz melhores escolhas, tem mais embasamento para seguir pelos seus caminhos e acaba sabendo distinguir melhor o joio do trigo em qualquer que seja o contexto.

O autofeedback, quando bem feito, é uma excelente forma de autoconhecimento, e é também por isso que a questão se ele veio antes do feedback tradicional ou se aconteceu o contrário é uma dúvida equivalente àquela existente entre o ovo e a galinha.

É natural falar na semelhança de fundamentos e até de resultados entre o autofeedback e o coaching porque, em suma, os propósitos buscados nas duas situações são bastante comuns — ao ponto, inclusive, de um recorrer ao outro com bastante frequência. Quem mergulha a fundo no coaching acabará esbarrando em uma experiência de autofeedback enriquecedora e, com certeza, terá momentos extraordinários de autorreflexão e empoderamento.

Como realizar um autofeedback?

O autofeedback deve ser realizado por cada pessoa durante a sua jornada rumo ao alcance de um objetivo determinado. Ele pode ser feito em todas as áreas da vida: pessoal, profissional, amorosa, familiar, social, espiritual e até mesmo financeira.

O importante é que a pessoa, ao fim de cada dia, faça a si mesma determinados questionamentos que lhe permitam avaliar o seu desempenho. Entre essas perguntas, podem ser consideradas:

  • Quais foram as tarefas que eu executei hoje que me aproximaram do meu objetivo?
  • Quais foram as tarefas que me afastaram do alcance dessa meta ou que poderiam ter sido mais produtivas?
  • Quais são as ações que eu preciso parar de executar, pois estão me prejudicando?
  • Quais são os comportamentos que me beneficiam?
  • Quais são os próximos passos que eu preciso dar?
  • Como eu lido com as questões que estão fora do meu controle? Eu me desespero? Eu me adapto a elas?
  • Como eu lido com os meus pensamentos e emoções?
  • Como estão as minhas relações com as outras pessoas? Elas me ajudam? Eu as ajudo? Há um equilíbrio nessa troca?

Se não conseguir refletir sobre essas questões ao fim de cada dia, ao menos defina uma periodicidade a ser seguida: 1 vez por semana, 2 vezes por mês, e por aí vai. O importante é que você responda a esse questionário de acordo com o seu progresso nos objetivos que deseja alcançar.

Algumas pessoas apenas refletem sobre essas questões, enquanto outras escrevem as suas respostas, atribuem notas ao próprio desempenho e até mesmo constroem gráficos para acompanhar a sua evolução nas jornadas da vida. Cabe a você definir os critérios a serem utilizados na avaliação do seu próprio desempenho e registrá-los, de modo que você possa comparar o seu estado atual com os estados passados, acompanhando a sua evolução rumo ao estado desejado.

Conclusão

Concluindo, o autofeedback é a reflexão do processo de autoconhecimento e de autoavaliação de um indivíduo, de acordo com o seu progresso. Ele pode ser feito nas diferentes áreas da vida e permite que a pessoa evolua no alcance de todas as suas metas. Assim, atendendo aos propósitos do coaching, ela conseguirá alcançar resultados extraordinários e despertar a melhor versão de si mesma.

E você, querida pessoa, já passou por algum processo de autofeedback? Como foi a sua experiência? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!