Você sabe o que é tripofobia ou pelo menos já ouviu falar a respeito? São grandes as chances de que a sua resposta tenha sido não, pois essa é uma das fobias menos divulgadas, mas que é mais comum do que se imagina. Há um número significativo de tripofóbicos espalhados pelo mundo que não fazem ideia que estão submetidos a essa condição. Então, que tal descobrir o que é e entender como se dá o tratamento?

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O que é tripofobia?

A tripofobia é um transtorno psicológico que tem como principal característica o medo injustificado ou a sensação de repulsa diante de padrões geométricos com buracos ou que apresentam saliências aglomeradas, como é o caso de favos de mel, algumas plantas e madeira. O tripofóbico fica bastante incomodado quando se vê diante de uma superfície composta por círculos e/ou aberturas pequeninas dispostas lado a lado.

Mais do que incomodar, essas imagens podem fazer com que esses indivíduos tenham mal-estares físicos, como apresentar coceiras ou tremores. Embora haja um número significativo de pessoas que relatam ter problemas com esse tipo de superfície, a tripofobia ainda não é reconhecida como uma fobia real pela comunidade médica.

O que se entende por uma fobia real?

Anteriormente, mencionei que a tripofobia não é considerada pela área médica como uma fobia real e agora vou explicar melhor esse conceito. Fobias reais são aquelas que derivam de transtorno de ansiedade, gerando nos indivíduos sentimentos profundos de angústia e pânico diante do fator desencadeante.

Uma fobia atrapalha o cotidiano da pessoa, impedindo que ela realize determinadas atividades por evitar o fator gerador. Os sentimentos gerados por fobias, como a claustrofobia (fobia de lugares fechados), acrofobia (fobia de lugares altos) e aracnofobia (fobia de aranhas), tendem a ser mais intensos do que aquele causado pelo incômodo diante da observação de uma sequência de buracos. As fobias reais citadas geram medo, enquanto que a tripofobia causa apenas aversão ou repulsa.

Situações específicas em que a tripofobia gera pânico

PSC

Apesar de não ser considerada como uma fobia real, a tripofobia pode, sim, gerar situações de intenso pânico como acontece com outras fobias. Há casos de indivíduos tripofóbicos que apresentaram sintomas físicos (como sudorese, tontura e taquicardia) ao se depararem com imagens de padrões geométricos. Esses casos são tratados como fobias específicas por não se configurarem em quadros comuns, mas demandarem acompanhamento psicológico.

Possível origem da Tripofobia

Um estudo realizado pelo pesquisador Geoff Cole, que é membro do departamento de psicologia da Universidade de Essex, na Inglaterra, identificou que a tripofobia pode ter origem biológica, sendo uma reação instintiva desencadeada em algumas pessoas. Cole percebeu que os voluntários apresentavam a mesma reação de repulsa ao observarem a imagem de um polvo de anel azul (um dos animais mais venenosos do mundo) e de padrões geométricos. Um dos participantes chegou a declarar que era a imagem específica do polvo que despertava sua fobia.

Sentir repulsa por uma sequência de buracos pode ser uma consequência de uma adaptação evolutiva do ser humano, que tinha esse sentimento para se defender do contato com animais venenosos, como o citado polvo. Outras imagens de animais com padrões parecidos e venenosos foram mostradas aos participantes, que também as identificaram como um fator desencadeante. O medo, nesse caso, não é dos buracos, mas sim da associação feita deles com uma situação de perigo.

Outra pesquisa realizada pela mesma universidade, contou com 376 pessoas que se autodenominam tripofóbicas e 304 que afirmavam não ter qualquer problema com imagens de padrões geométricos. Todas elas receberam dois tipos de figuras com pequenos círculos sobrepostos, com a diferença de que metade era de seres humanos e animais e o restante de objetos inanimados, como tijolos e paredes.

Os dois grupos de pessoas relataram repulsa ao olharem para as figuras de seres vivos com os círculos sobrepostos, porque associaram as imagens a casos de infecção, que são naturalmente repulsivos. Em se tratando das figuras de objetos inanimados, elas foram consideradas perturbadoras apenas pelo grupo daqueles que se autodenominavam portadores de tripofobia. Com isso, podemos constatar que realmente existem indivíduos que são mais sensíveis a determinados tipos de imagens, mas que muitas são naturalmente repulsivas para o ser humano.

Sintomas da tripofobia

Tripofóbicos, quando estão diante de imagens com padrões geométricos, podem se sentir enjoados, ter forte angústia, coceira, extremo desconforto, tremores, suor nas mãos, arrepios e contração de pés e mãos. Há registros de situações mais graves em que o tripofóbico passa por um verdadeiro ataque de pânico e pode até desmaiar como resultado da forte ansiedade. A intensidade dos sintomas depende do quanto as imagens de padrões afetam o indivíduo, em algumas pessoas apenas causam um leve desconforto.

Quem pode diagnosticar a tripofobia?

Indivíduos que percebem que têm problemas diante de imagens de padrões geométricos e sentem que isso está, de alguma maneira, os prejudicando, podem e devem procurar por auxílio de um psicólogo ou um psiquiatra. O profissional vai analisar mais a fundo os sintomas que o paciente tem e também irá verificar outros fatores, como o histórico médico e psiquiátrico do mesmo. Assim, torna-se possível perceber se os sintomas têm correlação com outros tipos de transtorno.

Existe tratamento para a tripofobia?

Como citei anteriormente, a Tripofobia ainda não é reconhecida como uma fobia real, de maneira que não tem um tratamento padronizado. Contudo, nos casos em que ela atrapalha o paciente em sua rotina, podem ser ministrados medicamentos (geralmente com foco no controle da ansiedade) e sessões de psicoterapia. Esse tratamento contribui para que o indivíduo não desenvolva outros transtornos, como depressão, transtorno de ansiedade social e transtorno de ansiedade generalizada.

Qualquer condição que, de alguma maneira, atrapalhe o seu dia a dia deve ser acompanhada por um especialista que possa identificar o fator desencadeante, bem como aconselhar a respeito da realização de um tratamento. Ter uma fobia não precisa significar que sua vida ficará estagnada, a área da psicologia está evoluindo e sendo complementada todos os dias para oferecer soluções para os mais variados problemas.

Você já sabia o que era tripofobia? Também sente agonia ao observar padrões geométricos com buracos? Deixe seu comentário abaixo e compartilhe o artigo em suas redes sociais!

 

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