O mundo vive cotidianamente profundas transformações políticas e socioeconômicas nas instituições globais, como também no cenário nacional, onde a tônica é a crise paradigmática a que o ser humano está imerso e reclama a restauração de valores sistêmicos e sustentáveis para a vida.

Então, o que fazer em tempos de incertezas, profundas mu- danças e aparente descrença no rumo em que o nosso mundo está tomando?

Mais importante que descobrir um novo sistema de convivência, um novo sistema político viável ou sistema econômico, é preciso descobrir um sistema operacional integral do ser humano e das organizações. Na visão de Ken Wilber, filósofo americano contemporâneo, é preciso criar uma abordagem integral que permita ao ser humano perceber tanto a si mesmo como o mundo circundante de maneiras mais abrangentes e efetivas.

Essa abordagem holística e sistêmica funciona como um mapa, e um mapa não é o território em si. Todo sistema de crenças, filosofia, método são mapas do ser humano, que, nessa metáfora, seria o território.

É preciso apenas desenhar um mapa desse território inexplorado. Afinal, quem é esse novo ser humano? De onde ele está a responder, ou reagir? É algo que todo ser humano precisa descobrir a respeito de si mesmo. De onde está respondendo nos seus relacionamentos? Com seus pais, seus filhos, marido, colegas de trabalho?

Como são as perguntas que movem o mundo, então se faz necessário indagar o que faz de alguém um grande líder? Será sua intelectualidade, seu conhecimento, suas experiências, sua capacidade de criatividade e resolutividade? Devo adiantar que, um grande líder é, sobretudo, um‘grande’ ser humano. Alguém que busca constantemente o equilíbrio nas áreas de sua vida.

A palavra do século XXI é equilíbrio. Para isso os líderes devem desenvolver sua capacidade de encontrar um equilíbrio entre todos os quatro conjuntos de valores: econômicos-pragmático, ético-social, emocional e espiritual. Simon L. Dolan denomina os líderes que têm essa capacidade como líderes universais. Segundo o autor os líderes de valores universais são capazes de aumentar o bem-estar organizacional e gera bem-estar social.

PSC

Nesse contexto, a filosofia Coaching favorece um surgimento de uma liderança centrada em uma percepção holística do mundo e integrada aos valores éticos da vida em sociedade e em uma concepção espiritual da vida. Tudo isso facilita a criação de uma sociedade criativa e espiritual, movida por valores e por uma ética global que respeita a diversidade e o multiculturalismo.

O Coaching, portanto, promove uma transformação profunda na percepção, desencadeando novas formas de interagir com o mundo a partir do conhecimento e exploração do nosso interior: pensamentos, crenças e valores que movem o ser humano. Traz com isso um senso de propósito e significado de vida.

Ser líder não é apenas exercer sua autoridade em épocas de estabilidade. Um líder autêntico é capaz de criar estratégias, determinar a direção que a empresa deve seguir para alcançar um conjunto de metas e, também faz com que seus colaboradores o sigam por estarem convencidos da validade de suas ideias. É um líder que conduz o grupo por uma conexão de alma. O líder coach não precisa das antigas pressões e ameaças, dos métodos punitivos e das duras e antigas relações de subordinação. O líder coach se conecta com as pessoas e, por meio dessa conexão cria um profundo movimento de congruência.

É muito importante que um líder tenha paixão e entusiasmo que o impulsione e o motive a investir tempo e esforço para guiar outras pessoas. Henrique Meirelles, grande economista da nossa época, diz que “liderar é transmitir um sonho. É preciso inspirar as pessoas a chegar a um lugar em que elas ainda não estão. Não basta motivar-se, tem de motivar os outros. Não basta ter uma ideia clara de onde ir, mas principalmente de como ir”.

As mudanças em nossa sociedade afetaram também os modelos de gestão e o mercado nacional. A gestão centralizada e de via única deu espaço para uma gestão feita a várias mãos. Neste processo de mudança, surgiram vários cargos e funções voltadas para contribuir assertivamente com este novo modelo de gestão. Além de diretores e proprietários, é possível encontrar a figura do coordenador, do líder (que pode ou não ser um gestor), dos conselheiros, consultores, adutores externos e internos e até mesmo a presença das ouvidorias.

Para muitas pessoas líder e chefe são sinônimos, mas na prática esses dois perfis estão muito distantes. Quando falamos a palavra chefe automaticamente vem a nossa memória a ideia de um cargo que deve ser ocupado por alguém com perfil controlador, que dita regras a tudo e a todos, que está um nível acima dos demais colaboradores da empresa.

Ao contrário da ideia que nos vem à cabeça quando pensamos no chefe, a figura do líder remete a alguém que trabalha em conjunto com a equipe, que está integrada com todos. O líder coach é uma figura imprescindível dentro do Business Coaching. Aliás, um dos objetivos centrais do BC é formar líderes coaches dentro das organizações. Todos devem, em uma empresa, vivenciar o Coaching em suas práticas de trabalho, de relacionamento e, principalmente, internalizar o Coaching para construir sua vida, sua trajetória pessoal e profissional.