Conquistar conexão com a Fonte Divina só é possível quando resgatamos e desenvolvemos aspectos mais universais da consciência. Essa compreensão e, consequentemente, o despertar da consciência acontece quando percorremos os 7 níveis que a compõem. Quando falamos em níveis, estamos falando de uma consciência que caminha desde um estado mais primário e fechado até um estado mais expandido.

1º nível – Consciência limitada (“eu degenerador”): o primeiro nível é o do “eu degenerador” e consiste em um estado de identificação com o ego. A consciência limitada corresponde à porção da realidade valorizada pelo ego, que determina valores, desejos e visão de mundo. A sensação de ser está associada a uma representação que é originária da personalidade. Como a capacidade de atenção é pobremente exercida, a percepção e a relação com as realidades interna e externa ficam restritas aos limites que o ego impõe.

2º nível – Consciência acusadora (“eu acusador”): o segundo nível corresponde ao “eu acusador”. Quando começamos a ter experiências centrais, surge a possibilidade de perceber outros aspectos em si mesmos e na realidade que ultrapassa os valores do ego. Isso gera novas referências, que devem ser buscadas, aprofundadas e mantidas. Chamamos esse nível de acusador porque podemos nos voltar para nós mesmos com capacidade de perceber, de forma clara e muitas vezes dolorosas, nossos limites, indolência e mecanicidade. Quando nos percebemos restringidos por limites e valores, surgem a reprovação e a acusação. O ser humano, nesse nível, tem tendência maior à introspecção, voltando-se a si mesmo para poder se analisar, perceber verdadeiramente suas atitudes, sentimentos e reações.

3º nível – Consciência criativa (“eu inspirado”): o terceiro nível é chamado de “eu inspirado”. Aqui, já podemos perceber o início de uma nova sensação de ser, que nos permite contrapor o ego e seus valores limitados. Essa reflexão causa estados mais profundos, caracterizados por plenitude, liberdade e contentamento, como se um mundo novo começasse a se abrir.

Começamos a vivenciar um desapego parcial em relação aos aspectos restritivos ou impositivos do ego, o que nos leva à diminuição do sofrimento e da ansiedade. Conseguimos ser mais criativos no dia a dia, desenvolvemos uma atitude menos mecânica e condicionada, tanto ao percebermos as coisas quanto ao nos relacionarmos com elas. Harmonia e perspectivas mais universais nascem nesse nível, pois é nele que conseguimos nos desprender das amarras dos hábitos e condicionamentos impostos pelo ego. A passagem do 3º para o 4º nível implica uma mudança profunda em termos de nível de ser. Contudo, quando vencido esse nível, conseguimos alcançar um novo grau de liberdade.

No 4º nível, presenciamos uma nova perspectiva do que é a consciência e do que é o ser, pois os próximos níveis nos afastam de uma concepção de vida ancorada no ego para nos aproximarem de uma dimensão com valores centrados mais no coletivo. A própria individualidade, a essência que buscamos, começa a ser percebida como parte de um todo maior.

A separação entre o que cada um sente ser e o ser em si começa a diminuir, dando início a uma nova etapa do processo que culminará no nível universal da consciência. 4º nível – Consciência de novas perspectivas (“eu tranquilo”): o quarto nível é chamado de “eu tranquilo” por ser um estado mais pleno de ser e viver se torna mais permanente. Nesse nível, adquirimos uma tranquilidade que tem origem na contemplação de novos propósitos e objetivos. Focamos nossa vida no presente e a sensação de ser volta-se a uma identidade principal que começamos a desenvolver.

PSC

Os valores empregados pelo ego deixam de ser nossa única referência, e o ser se expande em direção a uma natureza mais essencial. A tranquilidade é a característica principal desse nível, podendo se estabelecer de forma permanente e duradoura, juntamente com a capacidade de enxergar a própria vida e a realidade a partir de um ponto de vista mais amplo, deixando de lado o ego e sua perspectiva pessoal.

5º nível – Consciência expandida (“eu realizador”): o quinto nível é o do “eu realizador”, no qual o indivíduo é capaz de perceber as necessidades e de agir de acordo com o momento, pois somente ao adentrar nesse nível ficamos prontos a deixar para trás todo o mecanicismo a que estamos condicionados. O “eu realizador” é o nível onde verdadeiramente nos colocamos no mundo. Definimos nossas práticas e nossos papéis sociais. Os processos mentais adquirem uma maior clareza quanto à nossa função e também nossa missão de vida. A vida se torna um palco para realizações. O “eu realizador” sabe o que quer e vai atrás de maneiras de vencer. A vida é sem dúvidas um nível desafiador, devido a quantidade de obstáculos que precisamos superar, mas é também um dos níveis mais libertadores. É aqui que ocorrem algumas das mais belas histórias de superação e transformação de vidas. A vida parece ganhar um novo sentido, com novas cores e um novo brilho.

6º nível – Consciência de escolha (“eu satisfeito no nível maior”): o sexto nível é chamado de “eu satisfeito”, no qual somos capazes de estabelecer uma relação mais direta e constante com uma totalidade. Não há mais a sensação de isolamento, já que vida representa uma experiência constante de contato com uma dimensão universal. Nasce uma nova forma de compreensão, com a qual nos sentimos satisfeitos, pois compreendemos a realidade e a nós mesmos a partir de novos parâmetros e estamos libertos das visões limitadas que caracterizavam nosso modo de ser.

A consciência de escolha junta diversas concepções da realidade de modo que o próprio ser percebe a si mesmo num estado mais equilibrado, em harmonia com a realidade. Nesse nível, adquirimos a habilidade de aprender diretamente da realidade, percebendo que, seja o que for que aconteça, a função principal da consciência sempre será a busca pelo aperfeiçoamento. Sentimos, dessa forma, que a realidade não tem que estar de acordo com nossos julgamentos ou demandas impostas anteriormente pelo ego.

Entendemos que ela oferece oportunidades constantes para podermos expandir ainda mais nossa compreensão do mundo e de nós mesmos.

7º nível – Consciência universal (“eu perfeito”): esse nível corresponde ao “eu perfeito”, já que podemos atuar como o espelho no qual a Criação se manifesta. Sua consciência e, portanto, seu ser passam a ser estabelecidos dentro de um novo patamar, ainda mais amplo e permanente. Nesse ponto, ocorre um mergulho rumo a um novo estado de ser, que reconhece a si mesmo como parte de uma universalidade. A realização de qualquer trabalho será feita sem que se espere nenhum tipo de pagamento ou retribuição, pois é feito visando a um bem maior, universal, e não a uma satisfação meramente pessoal.

Isso, em decorrência de uma compreensão mais profunda do que é a existência e do papel das coisas e de nós mesmos. No sétimo nível, não há mais separação entre as dimensões pessoais e universais da consciência. O ser se torna um reflexo do ser universal, e a consciência se reconhece como indivisível e única, também reconhece o ser como um veículo perfeito de expressão e desenvolvimento. Os níveis da consciência são o caminho que percorremos quando despertamos da consciência do “Eu” para a consciência da unidade. Quando começamos essa jornada, saímos de uma desconexão completa com a Fonte Divina para chegar a uma transcendência e iluminação sem precedentes.

Tal caminho nos leva à aceitação de nossa própria existência, ao reconhecimento de quem realmente e verdadeiramente somos. Surge, então, o início de uma nova concepção de vida, quando atingimos a purificação do ego e a compreensão de que somos parte de um Universo infinito e abundante. Despertamos, no começo, a um entendimento de nosso ser e de nossa realidade, passamos por uma compreensão da experiência sistêmica e, por fim, nos incorporamos a uma experiência de unicidade e integração com o Universo, na qual existe amor e compaixão.

Após a explicação sobre os 7 níveis da consciência, convido você a olhar para si mesmo, para o mais profundo de seu ser e a se perguntar: em qual nível de consciência estou? Eu me sinto aberto para trilhar o caminho do autoconhecimento e da jornada da consciência?

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