Você já se perguntou do motivo de nossa mente sempre viajar entre passado e futuro e quase nunca permanecer no tempo em que estamos realmente vivendo? Porque tendemos a sempre pensar sobre as coisas que já aconteceram ou que ainda estão por vir?
Constantemente, nos pegamos verificando se recebemos aquela mensagem ou aquele e-mail importante, consultando o relógio para contar quantas horas ainda faltam para o fim do expediente, imaginando como será o fim de semana… e o tempo corre no presente, os momentos não são aproveitados no presente.
Isso acontece porque estamos no limite entre as alegrias do passado e as alegrias do futuro. Reflita um pouco: quando pensamos naquela viagem inesquecível, na festa de casamento, no momento em que descobrimos uma gravidez ou até mesmo no momento daquela promoção tão almejada, o sentimento que cresce dentro de nós é de tamanha felicidade que gostaríamos de voltar no tempo e viver novamente o momento?
Podemos dizer que o mesmo acontece com o futuro, porém vivemos ilusões de um momento que pode nos trazer felicidade e alegrias até então nunca vividas, pode nos trazer a realização de sonhos que buscamos tanto.
Porque entramos nesse processo entre passado e futuro? Apenas porque acreditamos que a felicidade já passou ou que ainda está por vir. O tempo presente é carregado por contas, dúvidas, obrigações, deveres, sono perdido e sonho distante, preocupações, tarefas.
Por exemplo, quando pensamos em ter um diploma, o que enche os nossos olhos é ter uma profissão, fazer formatura, ser um profissional reconhecido, mas tudo isso está no futuro… o presente é composto por disciplinas que nem sempre serão legais, por estudar enquanto poderia ir a festas, entre outras coisas.
Enchemos nosso presente com coisas penosas que não dão prazer, enquanto a verdadeira felicidade está no passado de conquistas ou no futuro de ilusões.
O encontro com a própria essência, que acontece quando saímos da Consciência do Eu e atingimos a Consciência da Unidade, faz com que percebemos a real beleza da existência. No momento em que paramos para perceber nossa respiração em uma meditação, por exemplo, estamos vivendo o presente em sua forma mais profunda e genuína.
E compreendemos que os momentos que vivemos no aqui e agora são os únicos que devem ser celebrados. O olhar nos olhos dos filhos ao invés de dirigir os olhos para a televisão, o computador ou o telefone. A apreciação de uma canção, de um show, de um filme, de um momento especial, que até pode parecer trivial, mas é significativo.
A conversa que mantemos com um amigo, na qual sentimos no nosso mais profundo interior, é o momento perfeito em que conseguimos sentir o outro em sua essência. Fazemos perguntas, damos risadas, pedimos desculpas se necessárias, não julgamos nem criticamos por nenhum de seus atos ou falas, expressamos sentimentos sinceros e conselhos importantes. Por fim, mostrar o amor que sentimos com um abraço ou um aperto de mão é importante para estabelecer definitivamente a troca de energias.
Devemos apreciar todos os momentos da vida, do mais singelo bom-dia, até o momento de maior felicidade. Quando isso acontece, acordamos todo dia em volto em Paz e Tranquilidade, sem nos preocuparmos com o que nos espera, pois nosso caminho estará trilhado pelo melhor que a vida pode nos fornece.
O sentimento que carregamos, ao começar um novo dia, é o de se sentir cuidada pelo Universo, amparada, como uma criança pequena que faz um passeio, com seus pais carregando-a pelas mãos. Tudo é novidade, tudo é uma nova luz no horizonte. Uma pedra é uma linda pedra, uma árvore é uma linda e grandiosa árvore, um animal é um amável animal. Toda a novidade é assistida e apreciada como se fosse única e insubstituível.
Tudo é uma harmoniosa maravilha, imprevisível e, por isso mesmo, apreciada e amada. Não há espera pela felicidade, pois ela está aqui, a sentimos em todo o nosso corpo, em tudo o que nos rodeia. Ela está em cada palavra do outro, em cada sorriso, em cada gentileza.
Diante de tudo isso, parando para refletir sobre nossa própria existência, será que estamos vivendo as alegrias do passado e do futuro e deixando de lado o que realmente importa no presente? Qual é o verdadeiro sentido da memória e das expectativas se for para nos causar mal-estar e infelicidade?
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