A tecnologia é um ingrediente sem o qual as empresas da atualidade simplesmente não existiriam. Os avanços realizados nesse setor nos últimos tempos potencializaram o poder de ação das organizações e revolucionaram as suas capacidades produtivas. No entanto, não podemos nos esquecer de que as bases de qualquer empresa continuam sendo as pessoas que a compõem.

Diante disso, surge o conceito de liderança 4.0, aquele que compreende que a tecnologia é importante, mas que valoriza o ser humano, diferenciando o colaborador da organização das máquinas que fazem parte dela. Esse tipo de liderança é humanizado, agindo não apenas para cobrar resultados, mas também para estimular o relacionamento e o desenvolvimento das pessoas. Saiba mais sobre esse modelo de liderança neste artigo!

O que é a liderança 4.0?

A liderança 4.0 caracteriza-se pela capacidade de aliar os avanços tecnológicos típicos dos nossos tempos ao relacionamento humano. Por mais que os tempos atuais sejam acelerados por natureza, o que demanda um volume de trabalho e um nível de produtividade altos, o líder 4.0 compreende que o ser humano não é uma máquina, de modo que é importante desenvolver bons relacionamentos com os colaboradores e trazer para a prática diária os valores da empresa.

Sendo assim, esse modelo de liderança é pautado na humanização, ou seja, na valorização do ser humano, de modo a estimular o seu constante desenvolvimento. A visão de longo alcance, a criatividade, a criação de um clima organizacional positivo, o bom relacionamento e o autoconhecimento são os ingredientes que formam esse novo líder.

Quais características compõem esse líder?

Um bom líder 4.0 desenvolve a si mesmo antes de desenvolver os seus colaboradores. Dessa forma, ele precisa ser naturalmente empático, flexível, atento aos propósitos da organização da qual faz parte, resiliente e capaz de engajar o time que lidera.

Quanto mais ele se desenvolver nesses aspectos, mais ele conseguirá ter uma resposta semelhante das pessoas que estão sob a sua responsabilidade. Ele deve, sim, conhecer as tecnologias típicas do seu setor, mas, acima de tudo, precisa ser um formador de indivíduos competentes e que se sentem bem em fazer parte da equipe.

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Confira 8 características-chave para esse estilo de liderança.

1. Cooperação e compartilhamento de conhecimentos

Não há espaço para egoísmo e vaidade na liderança 4.0. O conhecimento e a informação devem transitar livremente pela equipe, independentemente dos níveis hierárquicos dos seus membros. A comunicação deve ser clara e inclusiva, de modo que todos tenham espaço para falar.

É dessa inclusão que surgem as melhores ideias, o que ajuda na tomada de decisão do líder. Isso deve estimular um espírito de cooperação, em que todos os membros do time compartilham a responsabilidade pelos resultados obtidos, sejam eles positivos ou negativos.

2. Atitudes transparentes

As atitudes sigilosas que alguns líderes tomam sem o conhecimento dos demais membros da equipe não combinam com a liderança 4.0. Nesse modelo, todo colaborador tem o direito de saber o que se faz na equipe, o que inclui as decisões tomadas. Isso gera conforto e confiança uns nos outros, melhorando a produtividade.

O diálogo e a sinceridade são a base de uma relação transparente, em que ninguém esconde nada de ninguém, e todos podem confiar em todos. Isso é um traço típico da liderança 4.0.

3. Feedback frequente

O feedback é o processo por meio do qual o líder comunica cada colaborador acerca do seu respectivo desempenho no último período. Em reuniões individuais, o líder apresenta a avaliação que fez da produção do colaborador, reconhecendo os aspectos positivos e citando aqueles que ainda precisam de melhorias.

Esse processo gera um progresso contínuo, pois o líder não apenas cobra resultados, como também oferece sugestões para que o colaborador de fato progrida onde for necessário. Essas reuniões são respeitosas e estimulam a motivação do colaborador.

5. Criatividade e inovação

O pensamento criativo e a inovação são parte dessa nova cultura. Hoje em dia, temos a impressão de que não há mais nada a ser inventado e que não temos mais meios para derrotar a concorrência. Isso não é verdade. Sempre há maneiras de unir as competências humanas com a tecnologia para produzir resultados diferenciados.

Isso vale para produtos, serviços, atendimento, formas de comunicação com o público, processos internos, e por aí vai. Todos os departamentos de uma empresa podem ser mais criativos e inovadores, desde que os seus colaboradores estejam atualizados e acompanhando a dinâmica do mercado em que estão inseridos e as suas tendências.

5. Capacitação e desenvolvimento humano

Investir em tecnologia é importante, afinal de contas, ela facilita e acelera o trabalho, elevando os níveis de produtividade. Contudo, ela de nada adianta, se não houver seres humanos capacitados para operar as máquinas. Um programa de computador pode oferecer dados valiosíssimos, mas eles continuam dependentes da correta interpretação, feita por uma pessoa, para que tenham algum valor.

Por isso, a capacitação frequente faz parte da liderança 4.0. Esse líder está sempre preocupado com o desenvolvimento dos seus liderados, propondo leituras, cursos, treinamentos, workshops, palestras e outros eventos que enriqueçam a atuação de cada colaborador. Isso não é mais visto como gasto, mas como investimento!

6. Autoconhecimento

Pessoas que conhecem melhor a si mesmas têm mais consciência das suas forças individuais e dos pontos em que precisam se desenvolver mais. Isso favorece não apenas o trabalho em si, como também o próprio relacionamento entre os membros da equipe.

Por isso, o líder 4.0 deve ser um profundo conhecedor de si mesmo, da mesma maneira que deve oferecer ferramentas (como o coaching) para que os seus liderados também desenvolvam o autoconhecimento.

7. Bom relacionamento interpessoal

A liderança 4.0 deve fazer aquilo que toda liderança faz, como delegar tarefas e cobrar resultados. Todavia, ela deve fazer isso de forma humanizada, criando conexões mais profundas com os colaboradores e construindo um clima organizacional de harmonia — em que as pessoas estejam ali não apenas porque precisam, mas também porque gostam.

Esse líder deve acompanhar o estado emocional dos colaboradores, perguntar se está tudo bem com eles, demonstrar interesse pelas suas vidas e oferecer ajuda quando necessário, da maneira que lhe for possível. Ele não deve ser apenas chefe, mas também parceiro dos colaboradores, de modo a estimular o coleguismo e a confiança mútua.

8. Poder do exemplo

Por fim, não podemos deixar de citar que o poder do exemplo, que já era forte nos antigos modelos de liderança, ganha ainda mais protagonismo para o líder 4.0. Ele deve agir exatamente da maneira que espera que os liderados ajam: com pontualidade, assiduidade, comprometimento, dedicação, profissionalismo, ética, transparência, bom relacionamento com todos, criatividade e responsabilidade.

Quando o líder não é um bom exemplo, a conduta dos liderados também deixa de ser das melhores, tendo em vista que é no líder que os colaboradores se baseiam. Portanto, ele deve assumir o seu cargo com responsabilidade, de modo a formar um time competente e produtivo.

A liderança 4.0, como você pode perceber, é resultado de um somatório de fatores, que incluem o acompanhamento dos avanços tecnológicos, mas sem jamais descuidar-se do maior membro de qualquer organização: o ser humano. Essa liderança gera não apenas mais produtividade, mas também mais harmonia no trabalho, democracia, confiança, valorização do profissional e leveza no dia a dia.

E você, querida pessoa, consegue identificar alguma das características da liderança 4.0 no seu ambiente de trabalho? Qual(is)? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!