Começamos este artigo com uma pergunta: quando você está numa conversa com alguém, você ouve o que a pessoa diz para compreendê-la, ou ouve as suas palavras apenas para respondê-las?

Se você respondeu a segunda opção, não se sinta mal. Na verdade, muita gente ouve o que o outro diz apenas para dar a sua resposta, atendendo às suas necessidades de ter razão ou de ter o controle do diálogo. Isso é um comportamento enraizado em muitas pessoas, mas que pode ser alterado. Em compensação, aqueles que escolheram a primeira opção são os adeptos da chamada escuta empática. Para saber mais sobre ela, continue a leitura deste artigo.

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O que é a escuta empática?

A escuta empática é aquela em que ouvimos o que uma pessoa tem a dizer não com o objetivo de dar-lhe uma resposta (embora nada nos impeça disso), mas de compreender a sua mensagem na totalidade. Esse tipo de escuta leva em consideração não apenas as palavras que a outra pessoa diz, mas todo o contexto: a situação em que a pessoa se encontra, o tom de voz que ela emprega, a sua postura corporal, os seus gestos e expressões faciais, enfim, a totalidade da sua comunicação.

Quando nós compreendemos todo esse contexto de comunicação, fica mais fácil que nós possamos nos colocar no lugar da outra pessoa, tentando imaginar como ela está se sentindo na situação que está vivendo. Essa postura de escuta empática permite que sejamos capazes de construir relações mais profundas, baseadas em confiança, lealdade e solidariedade.

Quais são os benefícios da prática da escuta empática?

Na vida pessoal, desenvolver a escuta empática pode prevenir diversos conflitos, ou ao menos ajudar a solucioná-los de forma mais rápida e eficaz. Muitas das discussões que surgem entre casais, familiares e amigos têm origem em falhas de comunicação. Por isso, se as pessoas forem capazes de ouvir atentamente o que o outro tem a dizer, tentando compreender como é estar no lugar dele, certamente as respostas serão mais brandas e racionais, permitindo que soluções sejam encontradas.

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O mesmo pode-se dizer da vida profissional. As empresas em que a escuta empática é perceptível geralmente constroem climas organizacionais muito mais harmônicos e funcionais. Os colaboradores dialogam entre si para resolver os problemas. Os líderes, por sua vez, não agem de forma ditatorial, pois oferecem a oportunidade para que os funcionários exponham as suas ideias, queixas e sugestões.

Com essa comunicação mais fluida e atenta, a produtividade e a criatividade da organização são muito beneficiadas. Já na vida pessoal, o benefício é a harmonia das relações, já que os conflitos são prevenidos e/ou resolvidos.

A escuta empática e a comunicação não-violenta

Como você já deve ter percebido, a escuta empática é uma característica a ser desenvolvida para melhorar os relacionamentos entre os indivíduos. Nesse sentido, ela vai ao encontro do conceito de “comunicação não-violenta”, desenvolvido pelo psicólogo estadunidense Marshall Rosenberg, nos anos 1960.

Esse tipo de comunicação consiste num conjunto de práticas que possibilitam a construção de um diálogo empático e solidário, em que a maturidade fala mais alto do que o desejo de impor a sua opinião, ou mesmo de agredir verbalmente alguém. A comunicação não-violenta é importante, especialmente nos momentos em que já há uma determinada tensão numa conversa, como uma divergência de opiniões.

Para utilizar a escuta empática em favor da construção de uma comunicação não-violenta, há cinco princípios básicos que devem ser respeitados e desenvolvidos. Confira quais são eles a seguir:

1. Não julgar

Quando escutamos alguém, o nosso cérebro imediatamente dispara uma série de julgamentos sobre o que a pessoa diz e sobre a leitura que fazemos da sua linguagem corporal, mesmo que inconscientemente. Isso ocorre porque todos nós carregamos em nosso interior um conjunto de valores e visões de mundo.

O problema é que as pessoas se esquecem de que a sua visão de mundo não é a verdadeira ou a correta, é apenas a sua maneira de compreender a realidade, o que nem sempre coincide com a visão dos outros indivíduos. Por isso, é preciso “desativar” esse piloto automático, ouvindo o que o outro tem a dizer com respeito pelas suas crenças. Não devemos nos colocar em posição de superioridade, pois ela é a raiz dos preconceitos.

2. Administrar as suas emoções

É humanamente impossível controlar as emoções. O que sentimos surge em resposta às situações que vivemos. Contudo, o que as pessoas podem (e devem!) controlar são as suas ações diante daquilo que sentem — elas, sim, estão sob o nosso controle.

Por isso, se alguém cometeu um erro no trânsito que o prejudicou, por exemplo, saiba que sentir raiva é algo perfeitamente aceitável; faz parte da sua natureza humana. No entanto, as nossas atitudes devem ser controladas, como respirar fundo, não xingar, não agredir etc. É isso o que nos difere dos animais — embora tenhamos emoções mais primitivas enraizadas, as nossas ações precisam ser civilizadas. Por isso, ainda que os sentimentos não possam ser controlados, as atitudes podem ser administradas!

3. Ler nas entrelinhas

A escuta empática, como citamos anteriormente, não consiste apenas numa compreensão literal das palavras que a outra pessoa diz. É preciso ler nas entrelinhas, ou seja, compreender as emoções que estão passando pela mente daquele indivíduo, mesmo que ele não consiga expressar tudo de forma clara com as palavras.

Muitas vezes, a pessoa está confusa ou sem coragem para dizer aquilo está sentindo. Se você perceber isso, demonstre o seu apoio, pois isso comunicará a outra pessoa de que ela pode confiar em você e de que você a compreende. Isso a deixará mais tranquila para expressar-se com mais clareza.

4. Falar com objetividade

A escuta empática deve nos levar a uma comunicação mais clara. Mesmo que às vezes tenhamos que completar as lacunas com base na nossa percepção, o ideal é que as pessoas digam com todas as letras aquilo que desejam.

No caso de um pedido, por exemplo, é importante que a pessoa deixe claro o que ela deseja que a outra pessoa faça, quando, de que forma, por qual motivo. Contudo, é importante deixar claro que essa afirmação é um pedido, e não uma ordem, pois é necessário dar à outra pessoa a oportunidade de recusar o pedido, caso assim deseje.

5. Estar 100% presente

Por fim, é importante destacar que a escuta empática demanda alguns comportamentos específicos. Alguns deles são: olhar nos olhos da pessoa, manter uma linguagem corporal disponível (evitar cruzar os braços, por exemplo), não interromper, fazer perguntas para demonstrar interesse, entre outros.

Nesse sentido, um aspecto muito importante é estar 100% presente na conversa. Portanto, pare o que estiver fazendo e ouça plenamente a pessoa. Quando um indivíduo fala, mas o outro se dedica a outra atividade ao mesmo tempo, fica difícil estabelecer uma relação de empatia e conexões profundas.

Assim, a escuta empática é uma ferramenta importantíssima na construção de relações saudáveis e produtivas, tanto na vida pessoal como na vida profissional. Portanto, siga as dicas acima e faça bom uso desse instrumento de comunicação para conduzir a sua vida com mais harmonia.

E você, querida pessoa, faz uso da escuta empática? O que pensa sobre o assunto? Deixe um comentário no espaço abaixo. Além disso, lembre-se de compartilhar este artigo com todos os seus amigos, colegas e familiares, por meio das suas redes sociais!

Imagem: Por Pixel-Shot