Você já ouviu falar em economia colaborativa? Ainda que você nunca tenha ouvido essa expressão, um fato é certo: você já fez uso dela. É o caso do Uber e do Airbnb, por exemplo. Trata-se de um tipo de economia que ganhou muita força na última década por conta das facilidades que traz às nossas vidas, entre outras vantagens.

A economia colaborativa também é conhecida ao redor do mundo como economia compartilhada ou economia de compartilhamento. Continue lendo este artigo para compreender como esse modelo funciona e que tipo de vantagem oferece para a economia e para as vidas das pessoas.

Entendo o conceito de economia colaborativa

A economia colaborativa é um termo utilizado para se referir a atividades econômicas baseadas em formas alternativas de organização do trabalho (mais horizontais do que verticais), em que a ênfase está no uso e não na posse definitiva de bens, produtos e espaços.

Facilitadas pela internet, essas relações de consumo têm como característica principal o uso do objeto enquanto houver a necessidade, ao invés do estabelecimento de uma posse permanente. Por consistir basicamente em empréstimos, aluguéis e compartilhamentos, essa modalidade econômica vai de encontro à sociedade de consumo, estando mais associada ao movimento minimalista e à sustentabilidade socioambiental.

Funcionamento da economia colaborativa

Caracteriza-se a economia colaborativa quando uma pessoa identifica uma necessidade que pode ser solucionada por meio do aluguel, doação, empréstimo, troca ou compartilhamento de produtos ou serviços por um tempo limitado. Isso é feito mediante o pagamento de uma taxa.

Inicialmente, a grande revolução da economia colaborativa foi o uso da internet para conectar pessoas — algumas com necessidades, outras com soluções —, de modo que pudessem ajudar umas às outras sem a intermediação de grandes empresas.

PSC

Com o passar do tempo, porém, as grandes organizações entraram no jogo e passaram a desenvolver sites e aplicativos que estimulam a economia colaborativa.

Alguns exemplos

Exemplos são a melhor maneira de entender o funcionamento da economia colaborativa.

Os serviços de transporte por aplicativo são provavelmente o mais clássico desses exemplos. Uma pessoa precisa se deslocar de um ponto a outro da cidade. Ela não possui um veículo próprio e não deseja utilizar o transporte público. Então, por meio de um aplicativo de celular, a pessoa entra em contato com um motorista que, mediante o pagamento de uma taxa, conduz a pessoa em seu próprio veículo pelo trajeto desejado. É o caso do Uber, do Cabify e do 99.

O Airbnb também é um exemplo famoso de economia compartilhada. Por meio dele, as pessoas podem alugar temporariamente um imóvel (ou um cômodo específico), mediante o pagamento de uma taxa. Ele é especialmente utilizado em destinos turísticos, como cidades litorâneas durante o verão, por exemplo.

Há também os espaços de coworking, em que pessoas compartilham um espaço com infraestrutura para trabalho. Assim, pessoas que trabalham em empresas diferentes podem ocupar um mesmo ambiente; com mesas, cadeiras, computadores e internet; para executarem suas atividades profissionais durante um determinado período. São especialmente utilizados por profissionais liberais, empreendedores, estudantes e trabalhadores em serviço remoto.

Principais benefícios

A lógica da economia colaborativa é bastante benéfica por diferentes motivos. Confira os principais deles:

1. Redução de impactos ambientais

A essência da economia colaborativa é o compartilhamento, ou seja, que uma pessoa compartilhe um bem com outra, quando esta estiver necessitada. Assim, essa modalidade de economia promove uma substituição da posse permanente pelo aluguel. Em outras palavras, as pessoas não compram um produto, mas apenas a sua utilização temporária.

Ecologicamente falando, isso é benéfico, pois reduz a quantidade de lixo, já que são menos produtos sendo descartados. No caso do compartilhamento de carros, por exemplo, são menos veículos sendo adquiridos, menos trânsito e menos poluição nas grandes cidades.

2. Menos custos e mais lucro

Suponha que você possui uma lavadora de alta pressão que não utiliza com muita frequência. Ela fica lá, encostada em sua lavanderia, dia após dia. Já pensou que você poderia ganhar dinheiro se a divulgasse na internet, alugando-a a quem estiver necessitado de uma limpeza profunda? Sem esforço nenhum, você estará fazendo uma renda extra por meio da economia colaborativa. É uma fonte de lucro.

Além disso, o compartilhamento de produtos e serviços é uma forma de evitar os desperdícios. Se você gastou uma quantia considerável numa casa na praia, por exemplo, mas a frequenta pouquíssimas vezes ao ano, por que não compartilhá-la com outras pessoas que desejam um local para o fim de semana? A quantia obtida com esse compartilhamento reduz seus custos com aluguel, luz, água, internet, entre outros.

3. Acessibilidade aumentada aos produtos e serviços

Nem todas as pessoas conseguem comprar um veículo ou uma casa na praia. Portanto, a economia colaborativa permite que mais pessoas tenham acesso à experiência de fazer uso desses itens, sem que de fato precisem ad

quiri-los.

É mais barato alugar um carro do que comprá-lo, certo? Especialmente se não se trata de uma necessidade muito frequente, esse tipo de economia compartilhada é mais econômico. Isso, de certa forma, democratiza o acesso da população a diferentes produtos e serviços.

4. Qualidade de serviços e produtos

Por fim, é importante lembrar que a economia colaborativa dá oportunidade a pessoas e pequenos empresários para que fortaleçam a divulgação de seus produtos e serviços. Quase sempre, quando uma pessoa faz uso da economia compartilhada, ela tem a opção de avaliar aquele prestador de serviço, como ocorre com as notas dadas aos motoristas de aplicativo ou aos imóveis dos apps de hospedagem.

Por conta dessas avaliações, há um estímulo geral para que os prestadores desses serviços o façam com cada vez mais qualidade. Além disso, a população em geral tem acesso a essas avaliações, podendo pesquisar quem são os melhores e mais confiáveis fornecedores do produto ou serviço que desejam.

Principais desafios

Apesar de todas as vantagens que a economia colaborativa promove em diferentes áreas da vida das pessoas, ainda há muitos desafios pela frente. As leis que regulamentam esse tipo de relação de consumo ainda são recentes e sofrem ajustes de tempos em tempos, dado o dinamismo do cenário.

Além disso, as parcelas mais conservadoras da população e pessoas idosas, por exemplo, podem ter mais dificuldade de acessar a internet ou de confiar em estranhos para a prestação do serviço. A aderência do mercado, a desconfiança do consumidor e os poucos avanços na regulamentação da economia colaborativa são os principais empecilhos para sua consolidação, além da concorrência das grandes empresas da economia tradicional.

Taxistas e motoristas de aplicativo, por exemplo, têm travado uma verdadeira guerra pelo domínio do mercado de transporte de pessoas. Por serem modelos econômicos distintos, fica difícil estabelecer parâmetros que regulamentem essa concorrência.

Provavelmente, você já percebeu que faz uso da economia colaborativa há certo tempo, ainda que não a conhecesse por esse nome, não é mesmo? Trata-se de um novo e transformador modelo econômico, que privilegia o uso em detrimento da posse. Com vantagens e desvantagens, é preciso acompanhar as mudanças socioeconômicas em todo o mundo para entender quais serão os próximos capítulos dessa transformação que estamos vivendo.

E você, tem feito uso da economia colaborativa? Qual tem sido a sua experiência, como consumidor ou como fornecedor de produtos e serviços? Deixe suas impressões no espaço abaixo. Por fim, não se esqueça de compartilhar este artigo com seus amigos, colegas, familiares e demais pessoas que possam se beneficiar destas informações.