A gravidez é um dos momentos mais alegres da vida de uma mulher, mas para muitas mulheres esse é um tempo de confusão, medo, alto estresse e até depressão. Segundo pesquisa feita por médicos obstetras, 14-23% das mulheres terão algum sintoma de depressão durante a gravidez.
A depressão é um transtorno que afeta 1 em 4 mulheres durante algum momento da sua vida. Com isso, não deve ser uma surpresa que esta doença pode também ser perigosa para a mulher e para o bebê que ainda cresce na barriga da mãe. A depressão na gravidez é uma doença que pode ser tratada, porém é importante buscar ajuda e apoio emocional primeiro.
Esta doença pode ocorrer durante a gravidez, após o parto ou até antes do parto. É um transtorno igual à depressão clínica, que boa parte da população brasileira sofre — e o número tem aumentado a cada nova pesquisa divulgada. Transtornos parecidos com a depressão são doenças biológicas que envolvem mudanças na química do cérebro. Durante a gravidez, mudanças hormonais podem afetar os componentes químicos do cérebro, que estão diretamente relacionados à depressão e à ansiedade. Estes componentes podem ter mudanças fortes por causa de situações difíceis da vida, as quais podem resultar em uma depressão durante a gravidez.

Mulheres com depressão na gravidez normalmente têm alguns dos seguintes sintomas por 2 semanas ou mais:

  1. Tristeza persistente;
  2. Dificuldade de concentração;
  3. Dormir além do normal ou não dormir bem;
  4. Perda de interesse em atividades em que normalmente sentiam prazer;
  5. Pensamentos suicidas, de morte ou falta de esperança;
  6. Ansiedade;
  7. Sentimento de culpa ou de inutilidade.

Algumas mulheres têm uma gravidez de risco ou com muitos problemas e por isso a depressão é gerada nelas. Veja 7 fatos que podem gerar a depressão na gravidez:

  1. Problemas na relação com o parceiro;
  2. História familiar de depressão em gravidez;
  3. Tratamento de infertilidade pode gerar uma depressão quando consegue gerar o bebê e também quando não tem o resultado positivo;
  4. Aborto Involuntário;
  5. Eventos estressantes da vida;
  6. Complicações da própria gravidez;
  7. História de abusos ou algum trauma.

A depressão que não está sendo tratada com medicamentos ou por um acompanhamento médico profissional pode trazer riscos perigosos para a mãe e também para o bebê. Depressão pode conduzir para uma fraca nutrição da mãe e também do bebê, fazer a mãe utilizar drogas como o álcool e o cigarro, além de provocar pensamentos suicidas, o que pode acarretar um nascimento prematuro da criança, com dificuldades no desenvolvimento e também com baixo peso. Uma mulher que está deprimida normalmente não tem força ou desejo de cuidar adequadamente dela mesma ou do seu bebê em desenvolvimento.
Os bebês nascidos de uma mãe que tem depressão podem ser menos ativos, mostrar menos atenção ou ser mais agitados que outros bebês de mães que não tem depressão. Esta é a razão para ter ajuda correta, algo que é importante para as duas partes, o bebê e também a mãe.

Como tratar?

Se a mulher sente que pode estar lutando contra a depressão, o passo mais importante é buscar a ajuda. Conversar, desabafar o que está sentindo para o médico responsável pela gravidez ou para um psicólogo pode ser o primeiro passo para ter um tratamento correto e logo no início desta dificuldade. O profissional de saúde quer o seu melhor e também o de seu bebê e pode discutir as opções possíveis para tratamento.
Existe um forte debate sobre a segurança e os efeitos a longo prazo de medicamentos antidepressivos tomados durante a gravidez. Algumas pesquisas mostram que certos medicamentos usados para tratar a depressão podem estar vinculados a problemas como malformações físicas e problemas cardíacos.
Uma mulher com depressão leve a moderada pode ser capaz de conseguir controlar seus sintomas com grupos de apoio, psicólogos, entre outros métodos tradicionais e alternativos. Mas, para uma mulher grávida que está enfrentando uma depressão mais forte, talvez seja melhor uma combinação de psicólogos, medicamento parar surtir um efeito positivo e ajudar na cura da doença.
Mulheres necessitam saber que todos os medicamentos que utilizaram nos momentos da gravidez terão um cruzamento na placenta até alcançar os bebês. Um psiquiatra pode dar a informação para as grávidas sobre quais substâncias são totalmente seguras e quais possuem riscos. Mas tratando uma depressão mais forte, os riscos e benefícios necessitam de exame e avaliação. O recomendado é descobrir junto com o médico o melhor remédio para levar o menor risco ao bebê.
Se o medicamento for o melhor tratamento para a depressão, seria necessário ter um acompanhamento de uma equipe médica, com o obstetra, o psicólogo, o psiquiatra, para todos terem as últimas atualizações da gravidez e saber o que deve ser feito em cada momento. Ocorrendo dúvidas, devem ser todas perguntadas para que não ocorram procedimentos errados. “Que efeitos a longo prazo tem este remédio?”; “É provável que o bebê sofra depois do nascimento?”; “Este medicamento pode trazer problemas para o bebê durante a gestação?”. Assim a gravidez poderá seguir o seu caminho natural.
Conhece alguém que tem depressão na gravidez? Busque conversar, fazer perguntas poderosas para a pessoa entender o que está passando; assim, será mais fácil encontrar o melhor procedimento para ir até um psicólogo e/ou obstetra. O autoconhecimento é um caminho importante para entender o que está acontecendo com a mulher grávida, para ela entender o que se passa e criar uma conexão mais forte com o bebê, o que também ajudar a manter o equilíbrio durante esse período.
 
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