A depressão é uma doença grave e que pode ser muito debilitante. Seus sintomas são variados, principalmente dependendo de idade, gênero e outras características que acarretam certas particularidades.
A chamada depressão unipolar é mais comum, mas existe ainda a depressão bipolar, que é menos comentada e possui certas singularidades quando comparada com a primeira. Nos dois casos é muito importante estar atento aos sintomas e procurar ajuda, pois as doenças podem acabar levando o sujeito ao suicídio.
A depressão bipolar ocorre com a pessoa que sofre do transtorno bipolar nos chamados episódios depressivos da doença. O transtorno bipolar é caracterizado por episódios de hipomania e mania e episódios depressivos. Essas oscilações de humor são caracterizadas na mania por uma grande euforia, energia, entusiasmo, impulsividade, aceleração do pensamento, pensamentos megalomaníacos e agitação.
Isso pode fazer com que a pessoa tenha vontade de fazer várias atividades e planos que podem acabar sendo deixados de lado depois que os episódios passam. Mas podem levar a pessoa também a situações embaraçosas e perigosas. Em alguns casos é possível que haja alucinações, caso a mania fuja do controle; possivelmente, o sujeito será internado.
Nessas oscilações de humor características da bipolaridade, o outro estado extremo é a depressão. A maior diferenciação entre a depressão unipolar e a bipolar é que a segunda tem esses dois polos. Assim, as mudanças no estado da pessoa podem ser extremas, em um período curto de tempo.
Há muitos sintomas que coincidem nos dois tipos de depressão como grande tristeza persistente, sentimento de inutilidade, vazio, irritação, entre outros. Porém, na depressão bipolar há um excesso de sono, possivelmente há delírios e as mudanças de humor podem ser mais acentuadas.
Outros sintomas característicos da depressão são apatia, desejo de se isolar, falta de concentração, culpa, baixa autoestima, redução do desejo sexual. Estes também podem ser percebidos na depressão unipolar.
Os sintomas das fases depressivas e maníacas do transtorno bipolar são extraordinariamente opostos. Se na depressão o sujeito sente-se vazio, tem baixa autoestima e fica sem energia, na mania há grande autoconfiança, agitação e muitos sentem que nem precisam dormir. Da mesma forma esses sintomas são aplicados na fase de hipomania, porém de maneira mais leve, o que aparenta mais normalidade.
Devido às mudanças extremas de humor, a depressão bipolar pode trazer mais riscos ao paciente. O martírio dos excessos e desiquilíbrios desestabiliza por completo a vida e a saúde mental deste indivíduo. Muitas vezes os estados diferentes de humor, da euforia à depressão, podem parecer surgir do nada, e, quando eles são mais regulares, o sofrimento pode ser ainda maior.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Psiquiatria, 15% dos pacientes com o distúrbio acabam se suicidando, principalmente devido às crises depressivas que demoram a passar. Sem tratamento essas crises podem aumentar as chances de o paciente bipolar tirar a própria vida.
A depressão pode ser muito extenuante para o indivíduo, pois não consegue realizar suas atividades rotineiras, perde o prazer com tudo, pode descuidar da higiene e só desejar ficar na cama o dia inteiro, já que não tem energia e nem motivação para se levantar. Quando a pessoa volta ao estado de mania pode acabar tendo o impulso e a disposição que o levam ao suicídio; portanto, isso é particularmente perigoso.
Além disso, a alternância nas diferentes fases da doença pode dar a impressão de que ela já não sofre com a depressão. Isso não é verdade: mesmo que consiga retomar sua vida, suas atividades, ainda há o risco da retomada do estado depressivo.
Justamente por essas diferenciações marcantes, os tratamentos da depressão unipolar e da bipolar também devem ser diferentes. É preciso tratar os dois extremos do transtorno. Se o paciente for tratado somente para a depressão, isso poderá agravar a hipomania, o que pode levar um estado de mania, que é mais grave.
Usualmente é necessário, primeiramente, o uso de estabilizadores de humor e antipsicóticos. Outros remédios que podem ser utilizados são ansiolíticos e antidepressivos. Porém somente um psiquiatra pode confirmar a melhor combinação para cada caso e para cada estágio do transtorno.
Não se pode descuidar do tratamento médico, inclusive se a princípio ele aparentar não estar fazendo efeito. A medicação não fará efeito de imediato, é preciso paciência, persistência e possivelmente ajustes nas doses e tipos de medicamentos.
Além disso, assim como no caso da depressão unipolar e outros transtornos, é preciso ficar atento a toda a vida da pessoa. O tratamento combinado do uso de medicamentos com terapia pode ser mais eficaz. Bons hábitos de saúde, interação social e práticas de atividades prazerosas também contribuem para a melhora e manutenção de um estado mental mais estável.
 
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