O planeta chegou ao seu limite! Na prática isso quer dizer que se tornou insustentável para a natureza suprir a população mundial com os recursos necessários à sua sobrevivência. O mercado também não consegue atender, sozinho, esta demanda crescente. A Economia Compartilhada surge, então, como um modelo que contraria o movimento superconsumista existente na atualidade e que prega que é possível ter um estilo de vida livre do consumo excessivo, por meio do reaproveitamento, compartilhamento e utilização inteligente dos recursos.

Neste sentido, quem trouxe o alerta, lá em 2008, em meio à crise mundial, foi o colunista do New York Times, Thomas Friedman, que fez críticas duras ao modelo econômico adotado nos dias atuais, onde precisamos consumir sempre mais e acabamos alimentando um ciclo produtivo que desrespeita a natureza e torna a sociedade ainda mais desigual.

É a velha máxima – enquanto uns consomem cada vez mais, outros, em situação de extrema pobreza, não tem o básico para sobreviver. A Economia Compartilhada surge, segundo ele, de uma mudança de mentalidade em relação às questões ambientais e sociais, para as quais a sociedade está ligando o alerta e se preocupando cada vez mais.

Outros fatores que estão contribuindo são – mudança de estilo de vida, maior conscientização social, crises econômicas que levam às mudanças de comportamento do consumidor; o crescimento das redes sociais, que se tornaram um meio importante para discutir o sistema atual e divulgar esta nova mentalidade; as novas tecnologias que tem fomentando mudanças na forma de produzir e pensar o consumo, como também no desejo coletivo das pessoas de mudar sua forma de consumir e transformar o ato de comprar em algo menos impactante.

Os 3 Fundamentos da Economia Compartilhada

E se pudéssemos dividir aquilo que consumimos? Já parou para pensar nisso? Esta ideia é uma das bases da economia compartilhada e, neste sentido, um dos exemplos mais conhecidos é o sistema de caronas, onde um só veículo leva várias pessoas, a vários lugares. Com isso, outros carros não são colocados nas ruas, evitando engarrafamentos e diminuindo a poluição também.

Vamos conhecer os fundamentos deste tipo de economia:

Mercados de redistribuição – este sistema é inspirado nos conceitos de redução, reutilização, reciclagem, reparação e redistribuição. Consiste na reutilização de um artigo, por uma nova pessoa, de algo que não tem mais utilidade para outro indivíduo, o que evita uma nova compra da mesma coisa. Exemplo – roupas, calçados, carros.

PSC

Estilos de Vida Colaborativos – incentiva um estilo de vida onde as pessoas vivem com menos e trocam ou compartilham o que tem com os demais. Isso inclui dor seu tempo, seus conhecimentos ou mesmo dinheiro aos outros.

Sistema de produtos e serviços – neste modelo as pessoas não consomem produtos, mas os seus benefícios diretos. Serviços de streaming que entregam filmes sem a necessidade de locação do DVD ou de aluguel de música, sem a necessidade de comprar o CD, são exemplos. O mesmo se dá com o uso de ferramentas, quando contratamos, por exemplo, o marido de aluguel para fazer um serviço de manutenção em casa ou com os outros diversos serviços que adquirimos em nosso dia a dia.

Portanto, a ideia é não consumir mais do que o necessário, aprender a trocar, reciclar e reutilizar os seus bens e, com isso, diminuir os impactos causados pelo consumismo desenfreado. O meio ambiente agradece!

Polêmicas da Economia Colaborativa

A sociedade capitalista se acostumou a consumir todos os tipos de bens e serviços de forma desenfreada. Nunca se viveu tanto para ter ao invés de ser! Por isso mesmo, até pouco tempo, raras eram as pessoas que questionavam os sistemas produtivos e se importavam em como o consumismo impactava tanto o meio ambiente como as relações sociais e econômicas. Eram chamados de chatos, aliás. Com a economia colaborativa isso está mudando.

Hoje tanto as novas empresas como parte dos consumidores estão repensando a forma de produzir e de comprar. Claro, neste meio ficam as organizações que se dizem prejudicadas por estas mudanças, pois quando as pessoas mudam a forma de consumir e reduzem o seu consumo, toda a cadeia tradicional acaba sendo impactada também.

Isso ocorre, por exemplo, quando quatro pessoas decidem pegar carona para o trabalho ao invés de colocarem seus quatro carros na rua. Isso quer dizer menos consumo de combustível, menos poluição, menos pagamento de estacionamentos, menos vendas de automóveis e contratações de seguros, menos pessoas para atender estes clientes, tudo menos. No contexto atual, esta diminuição causa sim muitos impactos na economia capitalista, mas por outro lado, também alimenta uma mentalidade nova que está crescendo em todo o mundo.

Portanto, é preciso se adaptar aos novos tempos e buscar atender esta nova demanda, pois já não dá para simplesmente comprar e comprar sem se preocupar com as consequências. A ideia é se tornar mais consciente e responsável por suas escolhas.

E você, em seu dia a dia, se preocupa com a origem dos produtos que adquire e também com a forma como são descartados? É do tipo que reutiliza um produto, repassa o que não está sendo usado mais ou que sempre que precisa, compra tudo novinho? Estes são questionamentos muito atuais nos dias de hoje e que, querendo ou não, vão acabar fazendo cada vez mais parte de nossa vida. Reflita também!