Junguiana, psicanalítica, lacaniana, cognitivo comportamental, gestaltista, psicodrama, são vários os tipos de terapia existentes e cada uma tem a sua indicação. Contudo, além de dominarem as técnicas, é muito importante que os terapeutas saibam direcionar as sessões de acordo com as características e necessidades de cada paciente. Afinal de contas, não dá para definir um padrão e querer que ele se encaixe a todos os perfis de pessoas.

Quando se diz que cada um merece a sua própria terapia, a ideia a ser passada é de que cada ser humano é único e, consequentemente, tem valores, crenças e questões a serem resolvidas também de forma única. Dessa maneira, mesmo quando duas pessoas são atendidas por um mesmo profissional, seguindo a mesma abordagem psicológica, é preciso que o atendimento seja diferente, de acordo com suas demandas e carências.

A importância da terapia individualizada

Carl Gustav Jung, o criador da psicologia analítica, tem uma citação bastante interessante, que diz: “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”. Isso é muito poderoso, porque, embora as técnicas e teorias tenham grande importância, é preciso considerar o fator humano para oferecer o suporte que cada paciente necessita.

Em seu consultório, um profissional pode receber diversos casos de pessoas com depressão, por exemplo. Porém, cada uma delas terá suas próprias questões, assim, não dá para definir uma terapia padronizada para atender todas. Existem indivíduos deprimidos que sentem o impulso de atentar contra a própria vida, enquanto outros não. Então, não faz sentido oferecer o mesmo tipo de atendimento para ambos, porque claramente têm necessidades distintas.

Sempre que se trata de lidar com seres humanos, a padronização não se mostra como uma boa alternativa. Em uma sala de aula, por exemplo, o professor irá lidar com alunos totalmente diferentes uns dos outros, cada um com suas ideias, comportamento, interesses e modo de aprender. Tentar impor um padrão para ensinar a todos pode trazer resultados desastrosos, já que nem todos conseguirão acompanhar.

Portanto, qualquer profissional que tenha contato direto com pessoas deve estar preparado para se adaptar e aplicar suas técnicas de maneira individualizada, respeitando a essência de cada indivíduo que passar por suas mãos. O atendimento humanizado cria laços poderosos e faz com que os objetivos sejam alcançados de modo muito mais eficaz e duradouro.

Tipos de terapia e suas indicações

Como disse no início, existem diversos tipos de terapia, a fim de atender as demandas de cada indivíduo. E, mesmo que seja importante que o profissional ofereça um atendimento individualizado, independente das técnicas, é interessante buscar uma abordagem que possa oferecer o melhor ao paciente, considerando o seu quadro. Veja, a seguir, os tipos de terapia mais conhecidos e suas indicações.

PSC

Cognitivo-comportamental: tem como principal objetivo alterar padrões de pensamento que comprometem o bem-estar e o desenvolvimento do indivíduo. Bastante indicada para o tratamento de vícios e fobias.

Cognitivo-construtivista: leva o paciente a observar seus pensamentos e emoções negativos. Assim, ele se torna consciente sobre o que sente e, consequentemente, aprende a lidar de modo positivo com seus sentimentos.

Comportamental Dialética: sua principal função é atuar na regulação de pensamentos disfuncionais, sendo recomendada para indivíduos que demonstrem vontade de atentar contra a própria vida ou possuam distúrbios que os façam perder o controle sobre suas ações.

Constelações Sistêmicas e Familiares: um tipo de terapia muito interessante, que considera toda a constelação familiar do paciente. Assim, o profissional investiga nas raízes do indivíduo as origens de seus problemas.

Corporal: além de usar a fala como instrumento terapêutico, nessa abordagem o corpo também é contemplado. Durante as sessões são trabalhados aspectos como a respiração, relaxamento muscular, sons, tudo com o objetivo de promover o equilíbrio do indivíduo como um todo.

Fenomenologia: como o nome sugere, é focada nos fenômenos, ou seja, nas situações vividas pelo indivíduo em seu meio social. Além disso, também aborda suas percepções em relação à vida.

Gestaltista: nessa abordagem o foco é direcionado totalmente ao momento atual e acontecimentos passados têm menos peso. O objetivo é fazer com que o paciente aprenda a se responsabilizar por suas ações no presente.

Hipnoterapia: a hipnose é uma técnica que, se feita da forma certa e por um profissional capacitado, ajuda na mudança de padrões de pensamento, comportamento e sentimentos.

Interpessoal: o tratamento costuma ter uma duração mais curta e é focado em questões interpessoais que estejam comprometendo o bem-estar do paciente, como, por exemplo, conflitos com familiares, mudanças no trabalho e outros problemas que envolvam terceiros.

Junguiana ou Analítica: baseada nas ideias de Jung, contempla o consciente e o inconsciente, envolvendo até mesmo os sonhos do paciente, a fim de auxiliá-lo a se conhecer e, assim, viver de acordo com a sua essência.

Lacaniana: criada a partir das ideias do psicanalista francês Jacques Lacan, a terapia lacaniana é focada em tudo o que incomoda o indivíduo. O terapeuta quase não faz intervenções, apenas ouve e analisa os detalhes do que o paciente fala.

Ludoterapia: também conhecida como terapia infantil, busca observar a criança enquanto ela brinca, a fim de identificar como ela se comporta e expressa seus sentimentos.

Psicanálise: criada por Sigmund Freud, é a abordagem mais conhecida de todas, visa levar o indivíduo a se tornar consciente em relação aos pensamentos que estão em seu inconsciente. Assim, ele poderá identificar emoções e desejos reprimidos que estejam se manifestando de outras formas.

Psicodrama: realizada em grupo, os participantes encenam situações vivenciadas por cada paciente. Dessa maneira, através das interações, vão trabalhando as questões que lhes afligem. É interessante porque permite que cada indivíduo aja de modo espontâneo, expressando seus sentimentos e emoções.

Regressiva: outra abordagem que também utiliza técnicas de hipnose para acessar memórias do passado que estejam lhe causando desconforto. Nesse sentido, ele poderá tomar conhecimento sobre o que está lhe afligindo e solucionar essas questões.

Cada um merece a sua própria terapia e agora que já sabe um pouco mais a respeito das abordagens mais comuns, poderá buscar um profissional capacitado para lhe ajudar em suas demandas. Se gostou, compartilhe em suas redes sociais e leve a informação adiante!

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