Algumas pessoas acreditam que bajular o chefe é uma estratégia positiva na vida profissional. Segundo elas, esse comportamento pode levar o funcionário a estreitar o seu relacionamento com o líder e, com isso, obter algum tipo de benefício em troca. Entre esses benefícios, podem ocorrer promoções de cargos, aumentos salariais, folgas ou simplesmente uma maior tolerância aos erros ou aos atrasos.

É claro que há chefes que permitem que isso aconteça. No entanto, para os indivíduos que levam o seu futuro profissional a sério, essa postura é muito mais nociva do que benéfica, sobretudo em longo prazo. Para entender por que isso ocorre, continue a leitura deste artigo.

A essência da bajulação

Quem procurar o significado de bajulação no dicionário provavelmente vai encontrar uma definição como esta: “ato de praticar a adulação ou o lisonjeio com o propósito de obter algo em troca, como uma recompensa”. Assim, bajular nada mais é do que “forçar a amizade” e elogiar de forma excessiva e quase nunca sincera.

O termo bajulação é essencialmente pejorativo, no sentido de que o bajulador é visto como alguém falso, isto é, um aproveitador que se utiliza de boas ações ou de palavras melosas para obter algum tipo de benefício em compensação.

Esse comportamento geralmente é verificado quando um funcionário de uma empresa deseja um aumento salarial de seu chefe, quando um aluno precisa de uma boa nota de seu professor, quando um filho deseja um aumento na mesada autorizado pelos pais, ou mesmo quando alguém precisa de qualquer favor de um amigo ou familiar.

A seguir, você confere 5 bons motivos pelos quais a bajulação não é vantajosa.

1. O chefe sabe quando um sentimento é ou não genuíno

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Mesmo o mais ingênuo dos chefes sabe quando um funcionário nutre por ele uma admiração sincera e quando está fazendo elogios apenas pensando em obter algo em troca. Se há chefes que toleram essa atitude, não é porque eles não percebem que se trata de bajulação, mas simplesmente porque gostam de serem “paparicados”.

No entanto, a maioria deles percebe a falsidade nos gestos, nas palavras e nas atitudes. Quando isso acontece, por mais que as aparências indiquem um bom relacionamento, a realidade é que o chefe aprende que não pode confiar naquele funcionário, já que os seus sentimentos não são verdadeiros.

Por isso, pode haver uma aparência de que o chefe gosta daquele funcionário, mas a verdade é que o sonhado aumento salarial pode não vir, exatamente porque falta autenticidade no indivíduo. É uma espécie de “efeito rebote”, que só deixa de ocorrer se o chefe for, de fato, muito ingênuo.

2. A bajulação enfraquece a postura profissional

Nenhum chefe é perfeito. Se assim fosse, ele não precisaria contratar uma equipe de profissionais com diferentes capacidades para auxiliá-lo em seu dia a dia. Isso quer dizer que, quando um líder convoca uma reunião com os seus colaboradores e pede ajuda para resolver um problema, ele espera sinceridade. Ele deseja que as pessoas apontem falhas nos processos, deem sugestões de melhorias e o ajudem na tomada de decisões.

Aquele funcionário que nunca manifesta uma opinião contrária à do chefe e sempre concorda com tudo o que ele diz pode não ser visto como um bom funcionário. Se alguém vê que o chefe está cometendo um equívoco, é necessário adverti-lo, sempre com educação e com bons argumentos, de modo que um problema possa ser evitado. Isso é ser um bom funcionário.

Em contrapartida, aquele que diz “amém” a todas as considerações do líder pode sentir que está sendo um bom funcionário em busca de aprovação, mas, na verdade, está deixando de mostrar o seu conhecimento para auxiliar o chefe de forma construtiva. Se todos os trabalhadores tiverem sempre a mesma opinião, discussões construtivas jamais serão realizadas, e, consequentemente, a empresa deixará de se desenvolver.

3. Os colegas perdem a confiança

Sempre que alguém adquire uma postura bajuladora em relação ao chefe, essa atitude dificilmente deixará de ser percebida pelos colegas. Quando isso ocorre, esses colegas identificam a falsidade nos sentimentos e nas atitudes da pessoa, deixando também de confiar nela.

O bajulador é visto como um oportunista; o clássico “puxa-saco”. Os colegas notam que ele pensa, diz e age sempre com o objetivo de obter algum benefício em troca, seja uma promoção de cargo ou um aumento salarial, por exemplo.

Quem é capaz de agir dessa forma para crescer na carreira pode perfeitamente prejudicar algum colega para que isso aconteça. Por isso, essa pessoa perde o respeito, a confiança, a admiração profissional e a amizade daqueles com quem trabalha.

4. Cria-se uma “hierarquia de tirania”

Geralmente, quem bajula o chefe faz isso por temor, por medo e por interesse. Não se trata de uma admiração sincera, mas de uma subserviência a um “tirano”. Por trás dessa atitude humilde e simpática, pode estar alguém frustrado e até mesmo com raiva do chefe, embora não demonstre esse lado.

Por este motivo, é bastante comum acontecer de um bajulador ser extremamente agradável com o chefe, mas completamente mal-humorado e antipático para com todos os demais funcionários da empresa.

É o clássico tipo de pessoa que só trata bem aquele que pode lhe dar algo em troca. Em contrapartida, é o mesmo tipo de indivíduo que destrata os colegas, que não cumprimenta o porteiro do prédio, que humilha o garçom do restaurante, que menospreza a faxineira, e assim por diante. Dessa forma, é construída uma “rede de tirania” em que cada pessoa trata mal aquele que aparece abaixo de si na hierarquia da empresa.

5. Perde-se tempo e produtividade

Por fim, é importante ressaltar que quem bajula o chefe perde tempo e energia para cumprir as suas funções. Quem passa o dia fazendo elogios e oferecendo favores acaba deixando de realizar as atividades que realmente precisava fazer.

Além disso, quando o bajulador percebe que conseguiu estreitar o seu relacionamento com o chefe, ele pode deixar de cumprir as suas tarefas com a mesma dedicação e com a mesma pontualidade. É como se esse indivíduo pensasse: “agora sou amigo do chefe, posso atrasar um pouco”. Com isso, esse funcionário começa a diminuir a sua produtividade, deixar de desenvolver as suas competências, atrasar-se, cometer mais erros em suas tarefas, entre outros. Assim, toda a empresa sofre com essa atitude.

Entretanto, se, porventura, esse chefe for substituído, esse indivíduo mal-acostumado não saberá como agir, já que não poderá continuar com a sua postura displicente. Assim, ele precisará “reiniciar a bajulação” com esse novo chefe, o que pode não dar certo.

Como é possível perceber, não faltam bons argumentos para que a bajulação seja entendida como uma estratégia ineficaz. Ela pode surtir algum efeito positivo no início, mas, tão logo seja percebida, deixa de ser benéfica.

Bajular é muito diferente de manter um relacionamento agradável com o chefe e de admirá-lo de forma sincera. Se você deseja crescer em sua carreira, trabalhe com competência, estude e posicione-se diante dos desafios. Isso sim conquistará a confiança de um chefe.

E você, o que pensa sobre o assunto? Acredita que a bajulação funciona?  Deixe a sua opinião no espaço abaixo. Além disso, não se esqueça de compartilhar este artigo com os seus amigos, colegas, familiares e com quem mais possa se beneficiar deste conteúdo.