Comecemos a refletir sobre a aceitação com uma pergunta: você se aceita do jeito que é? Superficialmente, parece uma questão simples e, geralmente, todos respondem “sim”. Porém, será que nos aceitamos como somos sempre? Será que nunca queremos mudar uma coisa aqui, outra ali, algo que consideramos um defeito e que poderia ser melhorado?
Para alcançar a verdadeira Aceitação, precisamos passar um obstáculo resistente: a Comparação. Ela surge quando não aceitamos nossa aparência, nosso corpo, nossos pensamentos, nossas emoções, nossos sentimentos mais genuínos, ou seja, quando não aceitamos nossa essência.
Isso gera em nós uma necessidade de esconder quem somos, vestindo todos os dias, assim que acordamos, uma máscara que só provoca emoções destrutivas, como raiva, ciúmes, ódio, frustração.
Todos os problemas de nossa vida nascem da não aceitação da nossa essência, da rejeição a quem verdadeiramente e realmente somos. Contudo, porque não aceitamos quem somos? Porque sempre vemos a grama do vizinho mais verde que a nossa?
As Universidades de todo o mundo têm nos mostrado muitos estudos a respeito das redes sociais e como elas são nocivas, pois deixam as pessoas mais tristes, podendo desenvolver até doenças psíquicas, como ansiedade e depressão.
As Universidades de Nova York e Stanford, por exemplo, fizeram uma pesquisa em que dividiram 2.844 pessoas em dois grupos: um grupo ficaria fora do Facebook por um mês e o outro continuaria usando normalmente. Os pesquisadores perceberam, após o mês, que o grupo que ficou sem acessar a rede social sentiu uma melhora no bem-estar de 24% a 40%.
Isso pode ser explicado por causa da comparação social, pois as redes sociais podem alimentar os sentimentos de inveja e frustração se decidirmos que a nossa vida social e pessoal só tem valor se for comparada com a vida das outras pessoas.
Mas não entendemos que, o que as pessoas postam nas Redes Sociais são os melhores momentos delas, o que gera uma falsa ideia de que a vida dos outros é maravilhosa e perfeita, enquanto estamos passando por problemas.
Contudo, quando temos certeza de quem somos, de quais são nossos objetivos e qual é nossa verdadeira missão de vida, sentimos ciúmes, raiva, ódio, frustração, tudo resultado da comparação.
O primeiro passo para viver uma vida significativa é aceitar o que sentimos. Se cresce dentro de nós um ciúme exacerbado, precisamos aceitar o ciúme. Se, em contrapartida, o que há é muita frustração, precisamos entender e aceitar essa frustração. Não há nada que podemos fazer a respeito, pois a tentativa de empurrar esse sentimento para o mais profundo dentro de nós só nos causará mais mal.
No momento em que aceitamos, seja o que for, paramos de colocar energia sobre o monstro que nos assombra e começamos a ser uma Paz nunca antes experimentada. A Paz nada mais é do que a quietude da energia, do que a aceitação de que tudo aquilo que sentimos faz parte da Natureza Humana.
Quando paramos de criar conflito com quem somos, a Felicidade e a Alegria Genuína de viver fluem como os raios solares após um temporal. A Aceitação liberta e só conseguimos realmente vivenciá-la no momento experienciamos a dor que está por trás do sentimento de comparação. Não basta apenas entender porque você se sente assim, qual é o motivo e a justificativa, devemos sentir profundamente as emoções não resolvidas, para que elas possam se dissolver como papel tocado por água.
No momento em que toda resistência que tem em viver realmente as emoções negativas são quebradas, abraçamos, finalmente, a existência tal como ela é. Renasce a essência e desperta a inteligência. Qualquer complexo de inferioridade, inveja, ressentimento desaparecem e entendemos que há certas coisas que conseguimos mudar e outras que não são possíveis.
Para aquelas coisas que conseguimos mudar, podemos estabelecer planos de ação, construir pequenas metas e objetivos que podem ser alcançados a pequeno e médio prazo, entre outras coisas que podemos fazer para melhorarmos nossa situação de vida. Porém, o grande presente que possa dar a si mesmo é se conhecer, é mergulhar profundamente em sua essência.
O conhecimento que tem sobre si mesmo é o maior trunfo contra o sentimento de comparação, pois, por mais que veja as pessoas esbanjando felicidade, você saberá o que verdadeiramente te faz feliz.
Há certas coisas que não conseguimos mudar. É nesse momento que entra o aceitar e abandonar a luta contra uma realidade que não pode ser ultrapassada e que só nos causa dor e sofrimento.
Porém, muitas pessoas podem confundir a ideia de Aceitação com a ideia de resignação ou conformismo. Aceitar é tolerar as situações como elas nos aparecem, é entender que a vida quem seu próprio curso, o seu tempo de realizar-se, mas sem deixar a chama da ação apagar dentro do nosso peito.
Só conseguimos aceitar realmente aquelas lutas que não tem solução do jeito que estão, mas isso não nos faz sentar e esperar alguém nos pegar pela mão e nos levar adiante, e sim buscar novos caminhos para caminhar, novos obstáculos para transpor e novos desafios que nos motivem.
Nesse estado elevado de consciência, acabamos por voltar nossos olhos e nosso foco para outras áreas da vida, para outros problemas ou áreas de interesse, que podem abrir novas portas que jamais seriam abertas se não tivéssemos aceitado o que não podíamos mudar.
A resignação, conformismo ou passividade são diferentes de Aceitação, mas possuem o mesmo princípio. Eles ocorrem quando não toleramos um acontecimento, quando não entendemos porque as coisas aconteceram de um jeito que não foi agradável e prazeroso. Isso pode nos levar a uma paralisia, o que nos faz acreditar que o sofrimento é infinito, que nada poderá ser alterado.
O resultado desse sentimento é uma constante lamentação e vitimização, a ausência de esperança, paciência e um constante reclamar de tudo e de todos. Sabe as portas que são abertas quando aceitamos que um caminho está bloqueado, mas que há uma infinidade de outros pelos quais podemos percorrer? Essas portas estão completamente fechadas, trancadas, quando nos conformamos. Não vemos nenhuma solução possível, só vemos os problemas e os sentimentos ruins que crescem dentro de nós.
Será que pessoas resignadas são felizes? O sentimento de abandono de uma vida melhor permeia tudo o que elas fazem, a frustração será sua melhor amiga e nunca vai te abandonar, porque você acredita que não há meios de distanciá-la de você.
Mas há meios, há vários meios. A Aceitação é a força indestrutível que temos dentro de nós, é o único jeito de entendermos que a existência é um aprendizado atrás do outro, é um desafio atrás do outro, e que só assim conseguimos evoluir e crescer.
A aceitação é o caminho do engrandecimento espiritual, é a espiritualidade em ação, que nos direciona a uma calma, uma tranquilidade até então não vivenciada: a calma e tranquilidade do coração.
Aceitar e entender genuinamente é o primeiro passo rumo ao sucesso, a Prosperidade e a Felicidade. Quando plantamos a semente da Aceitação, conseguimos colher Paz e Serenidade que antes pareciam que não existiam, pois estávamos sempre lutando, brigando com o Golias imortal e invencível.
O poder da aceitação está em reconhecer quem realmente somos e o que temos de únicos, além de entender quem são os outros e o que eles têm, e entender que esse é o ponto de partida para a expansão da consciência em direção ao Estado de Graça. É nesse momento que entendemos do que somos capazes, sem subestimar suas potencialidades. Nos reconciliamos com a grande dádiva da vida e nos tornamos seres tranquilos e serenos.
Pense por um instante: que sentido há em contestar a vida, a morte, o azar ou a sorte? Que motivo há em reclamar da chuva que nos molha depois de um dia longo de trabalho, ou do sol, ou do vento, ou das pessoas? Temos de experimentar deixar sua vida fluir, não tentar controlar o tempo ou mudar as pessoas do seu convívio diário.
Vamos aceitar nossas perdas e aproveitar nossas conquistas. Vamos aceitar de coração aberto tudo o que a vida nos oferecer porque já aceitamos o ato mais sagrado dela: a possibilidade de experienciar tudo, de abrir os olhos e respirar o ar!
Será que não estamos nos comparando demais com os outros? Você está experimentando sua existência de verdade? Será que você está aproveitando o que a vida te deu de presente ou está desdenhando de toda a dádiva? Você se aceita como é?
Créditos da Imagem: Por VectorKnight – ID da ilustração stock livre de direitos: 1269904084
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