Você já ajudou alguém por algum motivo e não ouviu nem mesmo um “obrigado”? Já prestou auxílio quando um amigo estava em situação difícil e quando precisou dessa mesma ajuda sentiu que ninguém estendia a mão para você? Se você já passou por alguma dessas situações, então certamente conhece o sabor amargo da ingratidão.

A ingratidão nada mais é do que a falta de gratidão, sendo considerada uma expressão de egoísmo que prejudica os relacionamentos entre as pessoas. Neste artigo, vamos entender os motivos pelos quais algumas pessoas agem dessa maneira e por que é importante ser grato.

Ser grato ou ingrato?

A gratidão é uma virtude. Ela consiste na manifestação do reconhecimento de alguém que fez algo de bom por nós. Além disso, ainda que não seja uma obrigação, é de bom tom que possamos retribuir a ajuda recebida em direção à pessoa que nos ajudou, quando surgir a oportunidade.

Pessoas verdadeiramente gratas são mais felizes e otimistas, pois reconhecem o lado positivo umas das outras. Além disso, são vistas com mais simpatia e empatia, o que lhes ajuda a estreitar os laços de amizade e companheirismo. Assim, quem faz um gesto positivo em relação a alguém tem mais chances de receber esse mesmo gesto em troca, ao menos em teoria.

Já quem é ingrato, por sua vez, tem um comportamento completamente diferente. Quando percebe que alguém tem um gesto positivo em sua direção, age como se a pessoa não estivesse fazendo mais do que a obrigação. Mais do que isso, há alguns tão ingratos que ainda reclamam da ajuda recebida, sem manifestar qualquer tipo de reconhecimento.

Por que algumas pessoas são ingratas?

Segundo diversos estudiosos do comportamento humano ao longo do tempo, a ingratidão é compreendida como uma das mais terríveis, condenáveis e maléficas atitudes de uma pessoa.

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Conforme citamos acima, ela geralmente surge quando a pessoa que recebe a boa ação se considera extremamente merecedora dessa ajuda, como se outro estivesse apenas cumprindo uma obrigação. Por isso, a ingratidão está frequentemente associada a um sentimento de superioridade em relação ao outro.

Além disso, os ingratos tendem a ser pessoas egoístas e vaidosas que, por nunca fazerem nada de bom em relação ao outro, também são incapazes de reconhecer quando alguém faz algo positivo em sua direção. É aquela velha história de que quem não é bondoso não consegue ver a bondade dos outros.

As manifestações de ingratidão também podem residir no fato de que a pessoa quer todo o reconhecimento de alguma conquista para si. Por não querer “dividir” o momento de graça, simplesmente apaga da memória todas as pessoas que o ajudaram, para que, na sua versão da história, ela tenha alcançado os seus objetivos apenas por seus próprios méritos. E o pior de tudo é que essas pessoas, muitas vezes, nem sequer têm consciência de serem ingratas e do mal que causam às outras pessoas.

Quais são as consequências da ingratidão?

Uma pessoa ingrata fere os sentimentos daqueles que tiveram atitudes positivas para com ela. As vítimas desse gesto cruel sentem-se tristes, injustiçadas, decepcionadas e desvalorizadas. Além disso, como qualquer pessoa vítima do egoísmo, podem também ficar com raiva e desistir de ter boas ações, ao menos em relação ao indivíduo que teve a atitude ingrata. Assim como a gentileza gera a gentileza, pode-se dizer também que a ingratidão gera a ingratidão.

É claro que ninguém deve obrigar ninguém a retribuir um gesto positivo. No entanto, não custa nada dizer um “obrigado” à pessoa que prestou o auxílio. São apenas quatro sílabas que fazem toda a diferença na relação entre as pessoas.

Por falar em relação, é fato que a ingratidão pode até mesmo pôr fim a amizades, namoros e parcerias profissionais. Quando o marido não reconhece as atitudes positivas da esposa, ou vice-versa, o romance esfria. Quando um empregado não tem o seu valor reconhecido na empresa em que trabalha, a sua motivação desaparece. Quando um amigo se sente esquecido por outro, a amizade enfraquece.

Assim, pode-se concluir que a falta de gratidão afasta as pessoas e as torna cada vez menos dispostas a ajudar aquelas que foram ingratas inicialmente. Isso dá início a um círculo vicioso que afasta os indivíduos uns dos outros, cada vez mais.

Quais são os benefícios da gratidão?

Em compensação, a gratidão é uma virtude apreciada em basicamente todas as culturas humanas. Se alguém teve um gesto positivo ou ofereceu ajuda em um momento difícil, dizer “obrigado” e, se possível, retribuir a esse gesto são formas de dizer o quanto você ficou feliz em saber que tem com quem contar. Além do mais, é uma maneira de mostrar à pessoa que o ajudou que você também está disposto a ajudá-la quando for preciso.

Portanto, ao contrário da ingratidão, esse gesto mostra que as pessoas não se consideram superiores às outras, mas sim iguais entre si. Aquele círculo vicioso “do mal” que a ingratidão gera é substituído por um círculo vicioso “do bem”, em que cada boa ação gera gratidão e, consequentemente, novas boas ações como retribuição.

Por isso, o ato de agradecer une as pessoas, fortalece as amizades e parcerias profissionais, motiva os colaboradores das empresas, aquece os relacionamentos amorosos e torna as relações familiares cada vez mais sólidas.

Existe gratidão excessiva?

É um truísmo dizer que a gratidão é positiva e benéfica aos relacionamentos humanos. Todavia, os psicólogos alertam para uma questão delicada: agradecer excessivamente pode deixar as pessoas em posição desconfortável.

Isso acontece porque, se a retribuição for maior do que o gesto positivo inicial, a pessoa que ajudou a outra pode sentir-se mal. Por exemplo: se uma mulher empresta a sua máquina de lavar roupas a uma vizinha cuja máquina está quebrada e, no dia seguinte, a vizinha resolve dar uma quantia em dinheiro para a que a ajudou, isso pode gerar algum desconforto.

Assim esse excesso de gratidão pode dar aquela impressão de que a pessoa ajudada não quer ter nenhum tipo de dívida com a outra, como se receber o auxílio fosse uma fraqueza ou sinal de inferioridade. Além disso, o excesso de gratidão também pode ser entendido como adulação ou falsidade.

Concluindo, seja grato com todos aqueles que o ajudarem e, se puder, retribua. Apenas certifique-se de que a sua manifestação desse sentimento nobre não seja mal interpretada.

E você, querida pessoa, já teve que lidar com a ingratidão de algum amigo, familiar ou colega de trabalho? Como lidou com essa situação? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Por fim, que tal levar esta reflexão a quem mais possa se beneficiar dela? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!