Psique

Minerva Studio/Shutterstock A Psique influencia em nossa personalidade, sentimentos e comportamentos

A Psique é uma dimensão mais metafórica da mente humana. Os gregos assim a chamavam em oposição ao corpo e sua representação física do indivíduo. Bem antes de ser categorizada de maneira mais cuidadosa pela ciência, por Freud e companhia limitada, a mente e os conjuntos das formas de comportamento; já eram tratados como domínios próprios a Pisque, a divindade mítica que representa a alma.

A tradição grega abriu esse caminho deixando importantes marcas inclusive na conceituação atual. No mito original, Psique é retratada como uma donzela com asas e, que como todos os deuses da mitologia grega, é repleta de paixões e desgraças, em uma alegoria que já buscava descrever a alma humana.

Ainda segundo tradição clássica, a antes mortal de beleza inigualável despertou o amor de Eros, o deus do amor. Seu encantamento foi tanto que sua mãe Afrodite, a deusa da beleza, voltou-se contra Pisque, a amada de seu filho, com fúria e inveja.

As tragédias por que passou a divindade era uma maneira com que os gregos clássicos se referiam à alma de cada um dos indivíduos. Celebrada como o princípio da vida, a alma/psique chegou com força até a psicanálise de Sigmund Freud, a referência fundamental de toda psicologia.

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Psique e Personalidade

Acerca das definições que se mantém de pé até os dias de hoje podemos dizer que a psique engloba a personalidade. Ela abarca a personalidade em suas várias manifestações, dos pensamentos aos sentimentos, passando por todos os comportamentos conscientes e inconscientes.

PSC

Assim como a própria personalidade, ela é bem compreendida se vista à luz da Psicologia Analítica, que o psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Jung se esforço para criar. A psique é uma parte da concepção de Jung segundo a qual todo ser humano já nasce como um “todo”, isto é, com um conjunto razoavelmente acabado que o define. A tarefa, a partir daí, é seguir moldando esse “todo”, buscando um aprimoramento e uma harmonia de conjunto.

Por essa categorização temos que a psique é dividida em três níveis que interagem entre si. São eles:

  • Consciência
  • Inconsciente Pessoal
  • Inconsciente Coletivo

A parte mais conhecida desse “todo” de que somos compostos é a consciência. Ela é tecida com base na percepção de que é feita de todos os aspectos externos da vivência cotidiana. Ela já pode ser observada mesmo nas crianças, no reconhecimento que fazem dos seus pais ou dos objetos e circunstâncias da sua existência.

Psicologia Analítica

A Psicologia Analítica estipula que temos quatro funções psíquicas principais. Como demonstração da complexidade desse universo mental que habita cada um de nós, duas delas são racionais e duas são irracionais. As funções racionais são os pensamentos e sentimentos, ao passo que as irracionais são a sensação e a intuição.

O pensamento é composto pelas decisões determinadas pelo conhecimento intelectual e pela lógica que nos guia. Os sentimentos são também tidos como uma instância racional porque eles são produto de certa análise subjetiva que fazemos através da emoção.

Já a sensação nos é dada pelo conjunto dos órgãos sensoriais, tais como os cinco sentidos de que dispomos, mas não apenas deles. Do mesmo modo, a intuição é predominantemente irracional por se embasar em vias inconscientes como os pressentimentos e as impressões.

As particularidades de cada indivíduo já começam a falar mais alto quando pensamos no uso que é dado a essas quatro funções. A começar pelo fato de que cada um privilegia uma instância ou função, chega-se logo a uma espécie de personalização das funções e características comuns de pisque. Não há uma hierarquia geral e clara entre as funções, por isso pode sempre haver uma predominância de uma sobre outra, e quem determina a sutileza desse arranjo vem a ser justamente ela, a nossa personalidade. Indivíduos mais racionais terão como bússola as funções do pensamento e do sentimento, por exemplo.

Para aumentar a quantidade de variáveis em jogo e para reforçar a ideia de que o comportamento é uma equação de difícil solução entram ainda em cena mais dois componentes. Eles são as atitudes que determinam a orientação da mente consciente. Esses dois novos elementos são bastante conhecidos como:

  • Extroversão: orienta as ações para o mundo externo
  • Introversão: orienta as ações para o mundo interno

Bem no centro da consciência está o “Eu” ou Ego que organiza a mente consciente através percepções igualmente conscientes, como pensamentos, sentimentos, lembranças e recordações. Ele atua como uma espécie de filtro mental, eliminado experiências da vivência cotidiana e categorizando-as conforme sua utilizada para a matriz consciente.

Por fim, a personalidade é forjada no fim do processo de seleção e eliminação comandado pela função psíquica dominante. O Ego dá identidade e coerência à personalidade. O “Eu” é visto como o ente que faz um papel mediador entre a consciência e o inconsciente, entre o pessoal e o coletivo.

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Ego, Superego e Id

Pela ótica de Freud, mais conhecida e palatável ao gosto dos não especialistas, nosso aparelho mental tem três subdivisões básicas, responsáveis por aspectos específicos da nossa personalidade. Ego, Superego e Id compõem a trinca em cujas malhas somos forjados nos mínimos aspectos. Para o bem e para o mal. Isto é, levando em conta todos os produtos positivos e negativos da mente humana.

O superego é a parte moral da psique e representa os valores coletivos, que são comuns à sociedade e não apenas listados pela livre discricionariedade dos indivíduos. O superego permeia tanto as instâncias conscientes quanto inconscientes, influindo nesses dois níveis mentais.

Sua função primordial é a de inibir as pulsões, desejos e predisposições de agir de forma contrária aos valores médios da sociedade em que estamos compreendidos. Ele representa os nossos freios morais internos, os mesmos que nos colocam nos trilhos de uma existência de acordo com a moral e os costumes acatados pela coletividade.

Agradeça ao seu ego, portanto, por não sair xingando quem lhe rouba a vaga no estacionamento ou por não recorrer aos instintos mais primitivos quando seu chefe lhe nega aquela promoção. É graças ao superego que a vida em sociedade é possível e a partir dele que as conquistas da civilização estão disponíveis a todos.

Já o Id se alimenta, por assim dizer, dos rejeitos do superego, isto é, tudo aquilo que nossos freios trataram de dosar e filtrar. O Id é a fonte da energia psíquica. Ele é formado pelas pulsões, instintos e impulsos inconscientes. Ele é movido pela lógica do prazer e seu único objetivo é buscar o prazer, fugindo da dor.

Deixado à própria sorte, o Id é aquela instância nossa que não conhece limites e age somente na busca da sua satisfação imediata. Valores, juízo, moral, costumes, ética e tudo aquilo que de alguma maneira nos diferencia dos animais são coisas completamente desconhecidos para ele. Por definição, ele é o que temos de mais animalesco e egoísta.

Sigmund Freud concebeu o Ego como sendo um complemento ao Id, já que ele leva em conta suas vontades, mas coloca nelas o guizo do bom senso e da realidade. Ele introduz a razão, a espera e até o planejamento no nosso comportamento, fazendo com que o indivíduo conceba estratégias mais ou menos realizáveis na conquista dos seus desejos, levando em conta, claro, as regras do jogo.

O Ego é fundamental ainda por desempenhar uma função de equilibrista, fazendo a ponte entre os desejos ilimitados do Id e a pressão repressiva do Superego. E é exatamente por isso, por beber das duas águas, que ele não pode ser considerado nem inteiramente consciente nem inconsciente por completo. Como uma ponte entre extremos, ele se firma propositalmente no caminho do meio.