Você já percebeu como muitas vezes nos abrimos ou nos retraímos para certas pessoas naturalmente? Às vezes, alguém se aproxima e nos sentimos tão confortáveis com a sua presença que, em questão de minutos, estamos interagindo como se nos conhecêssemos há anos, alcançando um completo rapport de almas. Noutras vezes, porém, quando o “santo não bate” sentimos uma rejeição tamanha àquela energia que não conseguimos, de forma nenhuma, nos sintonizar com o outro e criar um vínculo com ele.

O mesmo acontece quando outra pessoa sente simpatia ou repulsa por nós. De alguma forma captamos esta frequência positiva ou negativa e entendemos quando as portas estão abertas ou fechadas para nós. Neste sentido, podemos chamar esta conexão ou falta dela de “movimentos da alma”, uma expressão humana que se manifesta espontaneamente em nossas relações interpessoais. Esta energia também pode ser sentida na integração com as plantas, animais, da gente com a gente mesmo e com o universo.

Tenho certeza de que já viveu muitas situações assim, pois o fato é que algo em nós sempre acende ou apaga quando uma pessoa se aproxima. Em alguns casos, tenho certeza que você esteve completamente aberto a receber e a se conectar com o outro. Noutras vezes, não encontrou espaço para se abrir ou ainda não teve sintonia suficiente, escolhendo assim se fechar em seu mundo. Até aí tudo bem, afinal, não podemos nos forçar ou forçar os outros a terem uma relação sem conexão. Para dar certo é sempre importante deixar fluir naturalmente.

Entretanto, quando este processo de fechamento acontece de forma constante e a pessoa se tranca em seu mundo não por conta da falta de afinidades, mas de traumas e acontecimentos negativos não ressignificados, é fundamental trabalhar sua dor para que seu medo de se relacionar não a leve ao isolamento total de tudo e de todos. O papel do terapeuta neste processo é o de auxiliar a pessoa a compreender as fontes deste problema e encontrar mecanismos efetivos para eliminar seus bloqueios, dores e dificuldades, de modo a permitir que ela viva os movimentos da alma de forma natural, espontânea e positiva.

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Movimente a Alma

Segundo o autor alemão, Johann Wolfgang Von Goethe – “Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o universo conspira a seu favor.”. Portanto, despertar a alma é essencial para conquistarmos o nosso melhor e vencer os nossos fantasmas. Quando nossa alma se expande, se expandem também as nossas possibilidades e podemos, então, ocupar novos espaços e construir novas histórias. Assim, quando por algum motivo, consciente ou inconsciente, aprisionamos o nosso espírito, tudo em nós e ao nosso redor se aprisiona também. É preciso libertar-se!

Esta libertação permite que nos conectemos verdadeiramente com pessoas, animais ou coisas, e é uma forma poderosa de ampliarmos nossa percepção fenomenológica da realidade. Na prática, esta é uma oportunidade de compreendemos que tanto o indivíduo é formado pelo mundo como o mundo é formado pelo indivíduo. Ou seja, somos parte um do outro e nos complementamos mutuamente.

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Quando, por exemplo, estamos em contato com a natureza, ao mesmo tempo em que a observamos, somos parte dela. Neste momento, nos abrimos para a nossa alma viver aquela experiência de apreciação, para encontrar assim, um espaço na própria dimensão da alma e se conectar com o todo. Esta não é uma experiência meramente individual, pois amplifica a sintonia em todas as direções. Não é sobre ter uma alma, mas sobre pertencer a uma!

Isto é exatamente o que o mestre Bert Hellinger nos ensina. Segundo o psicoterapeuta alemão – “A alma não está dentro de nós, mas à nossa volta.” Para entendermos o poder dos Movimentos da Alma temos, então, que compreender isso, uma vez que é deste modo que esta energia que vive em nós pode se expandir e se ampliar verdadeiramente em todos os sentidos.  Em outras palavras, o que Bert quer dizer é que – pertencemos à alma, mas a alma não pertence a nós.

Por isso mesmo, a alma deve ser compreendida como uma dimensão única do ser humano, um campo onde ele tanto habita como transita, onde ela existe tanto dentro como fora de nós, contemplando tudo ao nosso redor. Portanto, a alma não pode ser encontrada num determinado lugar, uma vez que ela é a energia em movimento que nos sintoniza e conecta com o outro, conosco e com o mundo em que vivemos. Deste modo, quanto mais você estiver aberto a viver todas as suas dimensões, mais a sua alma se expandirá e se vinculará.

Neste sentido, podemos afirmar, sem erro, que o nosso crescimento espiritual está diretamente relacionado ao movimento de expansão da nossa alma. Quando nos permitimos experienciar este processo de evolução, nós conseguimos, então, compreender nossa verdadeira identidade, aquilo que somos, pensamos e sentimos; decifrar o nosso papel no mundo e enxergar, com mais clareza, o nosso propósito de vida.

Para Onde nos Levam Estes Movimentos?

Como aprendemos, a alma está em constante movimento, e nem de longe pode ser considerada algo estático, que está parada no tempo à espera que algo ou alguém faça sua roda girar. Por isso mesmo, pode tanto abrir-se como fechar-se de acordo com a energia emanada num determinado momento. Na prática, isso se mostra de forma clara quando conhecemos uma pessoa nova e, quando naturalmente algo em nós ou simpatiza ou antipatiza com esta. Tenho certeza que já viveu isso. Todos nós já passamos, aliás.

Mas como, sem nem ao menos conhecermos este indivíduo, podemos gostar ou não dele à primeira vista? O movimento de sentir conexão com a alma explica muito isso, pois num espaço de atração ou repulsão, dificilmente se abrirá uma janela nova que não tenha este mesmo significado.  Ou seja, quando está aberta, a porta está aberta. Quando está fechada, está fechada!

Os movimentos da alma nos ensinam que esta relação com as pessoas, animais ou plantas, por exemplo, se faz aqui e agora, no tempo presente. É algo constante e natural que não pode ser manipulado. Por isso mesmo, a Constelação Familiar usa em seu contexto diferentes ferramentas de trabalho para encontrar este espaço da alma, de modo a apoiar o cliente a acessá-lo e, com isso, a se conectar com novas experiências de vida.

Para isso, segundo Bert Hellinger, o processo de autoconhecimento e de não julgamento deve começar pelo próprio terapeuta, que além de buscar conectar-se com o mundo e as pessoas ao seu redor, deve buscar nos seus próprios movimentos da alma o espaço para integrar aqueles que foram abandonados, injustiçados, excluídos, humilhados e apartados ao longo do caminho.

Isso quer dizer que, para interceder por meio de um processo de Constelação Familiar, por exemplo, é essencial dirimirmos as diferenças e integrar os movimentos da alma, de modo a incluir todos, amigos e até inimigos, que mesmo não sendo da família do cliente, têm relação direta com seu estado emocional e os seus resultados.

Bert Hellinger chama isso de saber conectar o “espírito-mente”, no sentido de obter as respostas necessárias para transcender os obstáculos da alma, conhecer e ocupar seus espaços e para que ela, enfim, se movimente de forma livre e positiva.

Constelação Familiar de Bert Hellinger e Movimentos da Alma

Os Movimentos da Alma nos trazem uma consciência integral sobre quem somos e sobre a nossa relação com o mundo e as pessoas ao nosso redor. A Constelação Familiar, desenvolvida por Bert Hellinger, por sua vez, nos ajuda a entender as origens dos nossos comportamentos e os efeitos disso em nossa vida em todos os sentidos. Neste contexto da psicoterapia, os movimentos da alma nos ajudam a assumir diferentes papéis e a nos colocarmos também na posição de nossos parentes, sejam eles conhecidos ou de gerações anteriores as nossas.

Por meio deste processo de Constelação podemos compreender, de fato, como determinados acontecimentos do passado influenciam a relação atual com os nossos pais, irmãos, filhos, nosso relacionamento amoroso, amigos e também sua ligação com nosso trabalho e finanças, por exemplo. Mesmo que de forma inconsciente, despercebida aos nossos olhos, é inegável que os sistemas familiares seguem ordens naturais. Por isso, quando estes esquemas estão desequilibrados, este desalinhamento acaba influenciando negativamente todo o conjunto da família. Ou seja, sem saber podemos estar repetindo comportamentos herdados de nossos antepassados e, consequentemente, os seus erros também.

Estas influências podem durar três ou mais gerações de um mesmo clã. Imagine então quantas pessoas podem acabar sendo prejudicadas por estas energias e interferências inconscientes! Muitas, com certeza! Exatamente para evitar que estas forças conflituosas se perpetuem, o foco da Constelação Familiar é o de tornar visíveis estas incongruências e trabalhar para que elas possam ser finalmente identificadas, dirimidas e sanadas.

Na prática, este processo faz com que os membros da família além de entenderem melhor a sua história, consigam alcançar um amor mais consciente de suas possibilidades e limites.  A intenção é que, com isso, a família possa enfim seguir em frente sem repetir os erros dos seus antepassados e tenha a liberdade que precisa para fazer suas próprias escolhas e viver sua própria experiência de vida.

Assim, podemos dizer também que a Constelação Familiar apoia a que os familiares atinjam um comportamento mais assertivo e mais correto em relação aos seus sentimentos, relacionamentos, amores e dores, sempre buscando fazer isso respeitando aos outros e os seus próprios limites. Em outras palavras, é um movimento que ajuda a conferir maior estabilidade às relações familiares, ao identificar seus focos de desequilíbrios e buscar, também por meio dos movimentos da alma, reequilibrá-los.

Neste sentido, o trabalho de Constelação Familiar, em muitos casos, consiste em agir não apenas visando melhorar determinados aspectos da vida dos familiares aqui, no tempo presente, mas fazendo movimentos importantes que deviam ter sido feitos antes, porém que não foram devidamente realizados no passado.  Exemplos disso são: inclusão de parentes excluídos ou esquecidos, perdão aos erros dos familiares, responsabilização das pessoas certas, homenagens aos mortos e reconhecimento àqueles que morreram precocemente ou tiveram uma jornada difícil, dando a eles seu espaço de direito na história da família.

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Quando nossa alma se movimenta nesta direção, abrimos o espaço necessário ao desenvolvimento de uma nova consciência sobre nós mesmos e sobre nossa família. Muitas respostas vêm à tona e o que parecia obscuro, começa a fazer sentido. De posse deste entendimento, podemos discernir melhor os sentimentos, emoções e atitudes que são nossos de verdade daqueles que são produtos de comportamentos e mentalidades herdadas dos antepassados, de geração em geração, até chegarem a nós. Estas influências negativas, se não forem quebradas, serão também repassadas aos nossos filhos, netos e aos seus descendentes. É importante quebrar este ciclo e mudar ações!

Nossa família é a nossa raiz, aquilo que dá base a quem somos e nossa primeira razão de existir, afinal, para virmos ao mundo, antes, nosso pai e nossa mãe tiveram que nascer; assim com seus pais e avós e assim sucessivamente. Por isso mesmo, quando nossa relação com nossos genitores é positiva, nos sentimos mais empoderados, confiantes, importantes e capazes de caminhar nosso caminho, realizar nossas ideias e sonhos.

Por outro lado, quando existe na família uma energia quebrada, que não flui como deveria ou não segue sua ordem natural, algo acaba se perdendo e fazendo com que as ligações entre pais e filhos sejam conflituosas e demasiadamente difíceis e dolorosas para todos.

Contudo, a resposta para isso pode estar, não nos comportamentos de ambos, mas na influência das atitudes dos que vieram antes. Por isso, para que cada um possa verdadeiramente construir e viver sua história, a Constelação Familiar é uma ferramenta essencial, uma vez que sua intervenção orientada auxilia os parentes a entenderem, de fato, quais são as fontes dos seus problemas e a trabalhar no sentido de superar estas dores e dificuldades.

Com isso, tanto coletiva como individualmente cada membro da família pode se beneficiar de diversas maneiras. Alguns bons exemplos disso são: melhorando a conexão com a própria família, organizando melhor seus sentimentos e ideias, melhorando seu desempenho no trabalho, aumentando seu otimismo e autoconfiança, gerindo melhor suas finanças, construindo uma sintonia melhor com seu cônjuge e, principalmente sendo melhor para si mesmo, pois o autoamor e a autocompaixão: também são importantes para se compreender, perdoar os erros e seguir em frente sem os fantasmas do passado.

Estas sim são atitudes positivas e compatíveis com a felicidade, plenitude e sucesso que cada pessoa deseja e merece conquistar em sua vida.

Bert Hellinger, também chama este poderoso trabalho de Constelação Familiar de “Amor do Espírito”, se referindo a um tipo de amor que transcende julgamentos, os limites e barreiras que criamos dentro de nós, a ideia de bem e de mal, e que nos aproxima dos movimentos da alma de forma profunda. Por isso, mais do que identificar as fontes do problema, a Constelação Familiar trabalha no sentido de curar os sistemas familiares que, de forma oculta, foram por anos e anos prejudicados por emoções e comportamentos negativos.

Assim, quando cada membro entende seu papel, as famílias podem, então, se reestruturar, modificar suas atitudes e viver de forma mais natural, equilibrada, flexível, amorosa, sintonizada, respeitando a ordem do sistema e fazendo-se parte dele de modo mais confiante e positivo.  Este movimento de cura de almas é, portanto, um movimento de amor que ajuda as famílias a reencontrarem seu eixo e construir relações infinitamente mais positivas e saudáveis para todos, quebrando assim ciclos negativos, e trazendo mais amor, entendimento, respeito e empatia para dentro dos lares.

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