Homem jovem  falando para um grupo de amigos

G-stockstudio/Shutterstock Às vezes o que dizemos é bem diferente do que o outro entende da nossa fala e, ao invés de ajudar, acabamos sendo mal interpretados. Fique atento a isso!

Quantos de nós já nos colocamos à disposição de pessoas queridas para ajudá-las de alguma maneira, e acabamos nos frustrando? Muitas vezes, quando temos a intenção de ajudar as pessoas e fazer o melhor por elas, somos mal interpretados e nossas atitudes podem ser consideradas negativas ou até mesmo prejudiciais; causando desgaste ou até mesmo conflitos em nossos relacionamentos.

Isso acontece por uma simples razão: Somos diferentes uns dos outros. Temos pensamentos diferentes, interpretamos as ideias de maneiras diferentes, processamos as informações que recebemos de maneiras diferentes e agimos em tempos diferentes. Temos o costume de acreditar que nossa forma de pensar, interpretar e processar informações é a mais correta. No entanto, nem sempre aquilo que acreditamos ser o melhor para outras pessoas, é de fato o melhor para elas.

Precisamos compreender e aceitar que nossas experiências, valores, crenças, emoções, sentimentos e memórias, são apenas nossas e não de outras pessoas. Por essa razão, nem sempre o que faz sentido para uma pessoa, fará sentido para outra.  Quando “sentenciamos” outras pessoas a pensar ou agir de acordo com aquilo que acreditamos ser correto, é como se disséssemos a elas “só existe essa maneira de fazer isso”, o que soa como uma forma de pensar extremamente limitada.

Mudar a forma como pensamos (mindset) não é tão simples, mas é possível. Para isso, podemos fazer uso de alguns princípios básicos da neurociência. De modo geral, as pessoas julgam, interpretam e gostam ou não umas das outras por seus comportamentos.

Nossos pensamentos não podem ser vistos pelas pessoas, mas também influenciam nossa conduta. Eles chegam a nossas mentes por meio de nossas emoções e sentimentos. São reflexos daquilo que acreditamos ser importante, daquilo a que damos mais valor, reflexos das experiências que vivenciamos e das memórias que possuímos.

Sua História: Seus Resultados!

Quando concretizamos um grande projeto e percebemos que cada passo dado foi importante para que o resultado fosse atingido, tendemos a acreditar que se alguém quiser chegar onde chegamos e ter os mesmos resultados positivos que tivemos, terão que seguir os mesmos passos que seguimos. Essa forma de pensar é limitada e nos impede de enxergar cada pessoa tem sua forma de pensar e agir.

PSC

“O que eu considero importante é importante para mim, o tempo que utilizo para realizar uma tarefa é o mais confortável para mim, a maneira pela qual atingi um determinado resultado foi a que julguei ser a melhor para mim e as escolhas que fiz foram as que acreditei serem as melhores para mim.”

Devemos sempre nos lembrar de que nem sempre nossa forma de pensar e agir serve para outras pessoas, pois elas acreditam em outras coisas, tem outros valores, outro ritmo para realizar tarefas e outra maneira de pensar. Em termos técnicos, podemos afirmar que todas as pessoas percebem o mundo de maneira cognitiva, por meio de cinco sentidos (tato, olfato, visão, audição e paladar) e fazem interpretações de cada um deles, fundamentados em suas próprias experiências e memórias, em suas crenças e valores. Isso acontece em milésimos de segundos e gera sentimentos e emoções que serão projetados em comportamentos.

Como podemos dizer às pessoas o que fazer, como agir e pensar se estivermos enxergando apenas por meio de nossos olhos, sentindo apenas por meio de nosso coração e pensando apenas por meio de nossa mente? Nessa situação, o melhor a fazer é perguntar ao outro “Como você faria? Qual a sua ideia/sugestão?”. Dessa forma, estaríamos estimulando a pessoa a pensar em uma solução adequada para a situação em questão, levando em consideração suas experiências, seus valores, suas crenças e seus sentimentos. Dessa maneira, teremos certeza de que a solução encontrada foi a mais adequada para aquela pessoa.

Lembre-se: “Nem sempre o que é bom para mim, é bom para o outro.” Sempre existem caminhos alternativos para um mesmo destino. Quanto mais nos conhecemos e quanto mais nos permitirmos conhecer as pessoas, maior será a capacidade de nos comunicar, relacionar e compreender que cada pessoa é única, e que para cada situação diferente existem vários caminhos que levam a um mesmo resultado, podendo estes ser por vezes igual, ou até mesmo melhor do que o resultado que esperávamos.

Ao nos comunicarmos com outras pessoas, devemos nos atentar ao que elas dizem e principalmente o que não dizem. Existe uma infinidade de mensagens ocultas em nossas crenças, valores, experiências e sentimentos e o mesmo acontece com as pessoas com quem nos relacionamos. Cabe a nós “ouvir com a alma” o que as pessoas não estão nos dizendo com palavras.

A partir do momento em que nos colocamos no lugar do outro e nos permitimos sentir de fato o que ele está sentindo, seremos capazes de estabelecer comunicações muito mais fluidas e cultivar relacionamentos muito mais saudáveis. A vida é um leque de infinitas possibilidades e oportunidades. Permita-se pensar fora da caixa e lembre-se que “seu jeito é o jeito certo, desde que ele não interfira no jeito certo de outra pessoa”.