O ensino é o nobre gesto de compartilhar um conhecimento com alguém. Dessa forma, esse processo ocorre diariamente: entre pais e filhos, entre irmãos, entre outros familiares, entre amigos, entre colegas de trabalho, entre vizinhos e até mesmo entre pessoas desconhecidas. Além disso, podemos falar do ensino formal ou acadêmico, aquele que recebemos dos professores.

Todos nós sabemos o quanto o ensino é importante, mas qual seria a relação desse processo com o coaching? Todo coach é um educador? Quais são as semelhanças e diferenças entre esses universos? É o que você vai conferir no artigo a seguir!

As bases do ensino

Ensinar é uma atividade que a rigor, deixamos para os professores, mas que, na prática, é assumida por todo pai, mãe, ou qualquer outra pessoa que simplesmente ame. Ensinar pressupõe um desapego à ideia de deter um saber específico, mas por outro lado só existe quando há um apego ao ser humano a quem transmitimos uma informação nova. O ensino, portanto, vem de quem já alcançou um nível mais elevado ao se dar conta de que todo conhecimento deve ser passado adiante.

Ensino é todo aquele saber, conteúdo, prática ou conhecimento que é passado para frente, independentemente da forma. É uma atividade que só existe em cooperação com a ideia de aprendizado. Só está pronto para ensinar quem verdadeiramente tem o coração aberto para aprender. A recíproca é de fato genuína, e todos nós, que já estivemos dos dois lados dessa linha, sabemos do que se trata.

O ato de ensinar é em si uma prerrogativa daquele que manuseia a mais nobre das artes, a arte do ensino. Todavia, a um coach também cabe exercer esse papel com desenvoltura e propriedade porque, no fundo, o que fazemos nada mais é do que ensinar. Ensinar a um coachee que ele pode, sim, achar a saída, que ele tem potencial e capacidades adormecidas dentro de si e que ele é o maior promotor das mudanças que sonha em ver executadas.

As diferenças entre o ensino e o coaching

  • A forma

Como coach, eu já tive que ensinar lições básicas, como desvendar uma habilidade que está diante do nariz de um coachee relutante em percebê-la. Também me vi diante de situações em que fui obrigado a ministrar árduos ensinamentos, como o de demonstrar que há benefícios e melhorias que só são descobertos nos momentos de máxima adversidade. Falar em ensino para um coach, portanto, é como tratar de algo corriqueiro, que lhe diz respeito por completo.

PSC

Entretanto, o ensino típico de um coach não é o ensino tradicional. Isso se deve ao fato de que o ensino tradicional requer uma sistemática, uma prática continuada e reutilizada, um passo a passo que é diferente do que é estabelecido pelo coaching.

A única cartilha obedecida à risca pelo coach, em contrapartida, é aquela que melhor se adequar ao coachee, o que só deixa claro que as sistemáticas adotadas podem ser tão vastas quanto os clientes e indivíduos a serem desenvolvidos nesse método. Enquanto o ensino tradicional segue metodologias específicas que são aplicadas simultaneamente aos alunos, o processo de coaching é completamente individualizado, de acordo com as necessidades de cada um.

  • O conteúdo

Quando se fala em ensino, é corriqueiro que pensemos que há um conteúdo a ser ensinado. Em outras palavras, podemos inferir que há um conhecimento que estabelece uma nítida divisão entre o que é certo e o que é errado, deixando bem claro qual caminho deve ser seguido e de que forma é possível fazê-lo.

Ora, não pode haver distância maior entre esse modelo e o que praticamos com o coaching. Todos os ensinamentos de um coach estão voltados para o fato de que não pode haver uma única maneira de acertar, afinal, todos podemos chegar ao lugar desejado por vias diferentes. Em matéria de desenvolvimento humano, o que o coaching nos ensina, de inúmeras maneiras, é que o jeito de cada um é o jeito certo, desde que identifiquemos e potencializemos as nossas forças pessoais.

Conclusão

É correto, portanto, dizermos que o ensinamento a que o coaching se propõe é um ensinamento no seu método clássico. Não é algo do tipo ensino a distância, como hoje é comum em muitos lugares. É um ensinar do tipo que só se faz no tête-à-tête, olho no olho, onde não há espaço para forjar sentimentos ou aparências. E nem faz mal se houver uma distância física real, já que o que não pode existir mesmo é um distanciamento emocional, quando não há envolvimento de alma, mente e coração.

Entretanto, a ideia de ensino, por mais que esteja contemplada dentro das características do coaching, é ainda uma demonstração rasa daquilo que um coachee pode experimentar.

O ensinar pode ser o mero repasse de uma informação e conhecimento, enquanto, na verdade, a experiência do coaching é vivida, sentida na pele, e nunca simplesmente contada ou inoculada com a passividade de quem a recebe. A didática com que o coach se apresenta é a da vivência real, sem intermediários e sem pular etapas. Nesse processo, o maior risco que o coachee corre é o de se descobrir professor e aluno de si mesmo.

E você, querida pessoa, o que pensa sobre os processos de ensino e de coaching? Como tem sido a sua experiência transitando por esses universos? Contribua deixando o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!