A psicologia é uma área do conhecimento que, essencialmente, estuda os sentimentos, emoções e comportamentos humanos. Esses fatores são os responsáveis por determinar a maneira como conduzimos a nossa vida e, consequentemente, quais serão os resultados que seremos capazes de alcançar.

Nesse contexto, o conceito de comportamento pode ser definido como a relação entre um estímulo (acontecimento no ambiente) e uma resposta (atividade no organismo). Se uma pessoa se depara com uma cobra (estímulo), por exemplo, o comportamento dela pode ser de sair correndo em pânico.

O comportamento humano pode ocorrer de duas maneiras: o comportamento reflexo e o comportamento operante. Para compreendê-los melhor e entender as características principais do comportamento reflexo, continue a leitura deste artigo.

O que é o comportamento reflexo?

Também conhecido como respondente, o comportamento reflexo é o tipo de ação que chamamos de involuntária, ou seja, são atitudes e reações que executamos sem o nosso próprio controle e de forma automática.

Ele obedece a uma associação bastante conhecida como estímulo e resposta. Isso quer dizer que, toda vez que acontecer uma mudança no ambiente, acontecem mudanças no comportamento de uma pessoa também.

Por exemplo, quando você ingere um suco de limão (estímulo), o seu organismo dispara a produção de saliva (resposta). Isso acontece porque nós, seres humanos, precisamos da saliva para proteger as paredes internas da boca e dos demais órgãos do sistema digestório da acidez do suco de limão.

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Muito provavelmente, essa resposta biológica surgiu ao longo da evolução de nossa espécie, cujos organismos se adaptaram ao fato de que a acidez do limão poderia causar algum tipo de dano à saúde.

Isso significa que o comportamento reflexo é aquele que é involuntário. Outros exemplos desse tipo de comportamento incluem a contração da pupila quando recebemos uma iluminação forte, a dilatação da pupila quando a luz diminui, o lacrimejamento quando cortamos uma cebola e a transpiração quando a temperatura do ambiente se eleva.

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O que é o comportamento operante?

Enquanto o comportamento reflexo é simplificado por meio da representação estímulo — resposta, o comportamento operante é expresso de uma forma um pouco mais complexa: estímulo — resposta — consequência. Esse comportamento reflete não apenas as respostas que damos aos estímulos do meio, mas também as consequências que essa resposta produz.

Por exemplo: um aluno é informado de que, na semana seguinte, ocorrerá uma atividade avaliativa (estímulo). Por conta disso, ele decide estudar bastante (resposta). A consequência é a de que esse aluno obtém uma boa nota na avaliação. A partir disso, ele adota conscientemente o comportamento de estudar diante das provas, pois internalizou a informação de que estudar produz bons resultados.

Dessa forma, a essência do comportamento operante é a ideia de que um comportamento produz uma consequência, e essa consequência pode reforçar ou modificar o comportamento que a originou. No caso do comportamento operante, o indivíduo tem controle sobre a resposta que dá ao estímulo. Por isso, esse tipo de comportamento é o principal objeto de estudo da psicologia. O psicólogo tem o objetivo de transformar comportamentos operantes não-saudáveis em comportamentos saudáveis.

É possível aprender um comportamento reflexo?

Voltando agora a atenção ao comportamento reflexo, aquele que não depende totalmente de nós, fica aqui um questionamento: será que todo comportamento reflexo é involuntário ou ele também pode ser aprendido?

Sim, ele também pode ser aprendido. Por isso, é importante que saibamos diferenciar o comportamento reflexo inato do comportamento reflexo aprendido.

1. Comportamento reflexo inato

O comportamento reflexo inato é o que chamamos de natural e instintivo, que executamos sem controle, como a boca salivar ao ver um determinado tipo de alimento, por exemplo.

2. Comportamento reflexo aprendido

São comportamentos que, a partir de um estímulo, aprendemos a executar uma determinada resposta. Exemplo disso são as nossas reações físicas e emocionais ao ouvir uma música, como o coração acelerado ou o frio na barriga, por exemplo. Essas reações não são instintivas, mas aprendidas, dependendo do significado que damos àquela música. Se ela faz com quem nos lembremos de um parente falecido, por exemplo, ela pode nos fazer chorar, o que seria um comportamento reflexo aprendido.

Isso quer dizer que toda aprendizagem reflexa produz respostas e reações emocionais.

As três leis do comportamento reflexo

O comportamento reflexo apresenta três características básicas, conhecidas como “leis do comportamento reflexo”:

1. Lei da magnitude

A intensidade do estímulo é diretamente proporcional à magnitude da resposta. Isso significa, por exemplo, que quanto maior for a temperatura do ambiente, mais as pessoas que nele estiverem vão suar.

2. Lei do limiar

Para que uma resposta ocorra, o estímulo precisa alcançar uma intensidade mínima. Seguindo o exemplo do item anterior, isso quer dizer que a temperatura do ambiente precisa alcançar um determinado valor para que as pessoas comecem a suar.

3. Lei da latência

Latência é o nome dado ao intervalo de tempo entre o estímulo e a resposta. Segundo essa lei, quanto maior for a intensidade do estímulo, menor será o período de latência, ou seja, mais rapidamente a resposta ocorrerá.

Por exemplo, quanto maior for a temperatura de um ambiente, mais rapidamente as pessoas vão começar a suar. Além disso, quanto maior for a intensidade do estímulo, maior será também a duração da resposta. Isso quer dizer que quanto mais alta for a temperatura do ambiente, por mais tempo as pessoas vão suar.

Os efeitos de um comportamento reflexo sucessivo

Quando um estímulo específico produz uma resposta específica por repetidas vezes em um curto espaço de tempo, dois efeitos podem ocorrer: a habituação ou a potenciação.

1. Habituação

Quando um comportamento reflexo acontece do mesmo jeito em sucessivas vezes, em um determinado momento, esse comportamento para de acontecer, pois o indivíduo já se habituou a ele. Nesse caso, a intensidade da resposta diminui ou ela demora mais para acontecer (aumento no período de latência).

Por exemplo: se o seu vizinho começa a fazer uma obra na casa dele, é natural que o barulho o incomode muito, especialmente nos primeiros dias. No entanto, conforme o tempo passa, a tendência é que você consiga amenizar o incômodo, pois se acostuma ao estímulo. Esse processo é o da habituação.

2. Potenciação

A potenciação, também conhecida como sensibilização, é o efeito oposto da habituação. Quando o estímulo acontece de várias formas e várias vezes seguidas, ele provoca um comportamento reflexo com muito mais intensidade.

Por exemplo: quando alguém está discutindo com você por muito tempo, você pode até manter a calma no início da discussão, mas o aumento da exposição àquele estímulo estressante pode intensificar a sua resposta, fazendo com que você perca o controle e comece também a se exaltar com a situação.

Agora você já compreende a diferença entre o comportamento reflexo e o comportamento operante, além de conhecer as propriedades e efeitos do comportamento reflexo.

O que precisamos ter em mente é que toda ação tem uma reação. Algumas delas não estão sob nosso controle, mas boa parte delas está. A psicologia tem o propósito de nos ajudar a lidar melhor com as nossas emoções e sentimentos, administrando tudo aquilo que estiver sob nosso controle, ou seja, as nossas respostas.

Por meio desse processo, cada indivíduo consegue conduzir melhor a sua vida pessoal, a sua carreira, os seus relacionamentos, as suas finanças, enfim, todas as áreas de sua vida.

Que as informações acima tenha sido úteis para você. Se você gostou deste artigo, não se esqueça de deixar o seu comentário no espaço abaixo e de compartilhar este conteúdo com quem mais possa se beneficiar dele.