Cérebro Cibernético, mostrando como a Lei da Variedade Requerida da Cibernética funciona interligando informações

Sergey Tarasov/Shutterstock A Lei da Variedade Requerida da Cibernética mostra como somos capazes de juntar informações para tomar melhores decisões

Desde que o homem existe, ele busca formas de melhorar o seu trabalho, de torná-lo mais rápido, produtivo e facilitar a sua vida, quer seja pessoal ou profissional. E foi na cibernética que ele encontrou um meio para que isso fosse possível, pois necessita constantemente de se conectar com múltiplas informações e com diversos meios de comunicação, podendo ser “homem-homem”, “homem—ferramenta”, “homem-ferramenta-homem”. Alguns exemplos abaixo demonstram suas tentativas e invenções ao longo dos anos.

  • Motora: alavanca, machado, furadeira.
  • Locomotora: roda, barco, avião.
  • Sensorial: carta, telégrafo, televisão.
  • Mental: ábaco, máquina de calcular, computador.

Com o surgimento da Era da Informação, em meados de 1980, a tecnologia passou a ser a extensão do homem, o que o possibilitou ampliar a sua visão e aumentar as suas possibilidades para facilitar sua vida e a vida de outras pessoas. Nessa era, a comunicação também foi ampliada e ano após ano ela vem aumentando consideravelmente. Porém, antes dessa era existir, a comunicação era mais próxima, pois era feita com sua comunidade local e as formas de se obter informações eram mais restritas – bibliotecas, professores, pais.

A partir da evolução da tecnologia e do próprio homem, a comunicação está cada vez mais “sem fronteiras”, ela acontece com diversas pessoas, a qualquer momento e em qualquer país do mundo, mesmo sem fluência na língua local, por meio das redes sociais e de diversos aplicativos embutidos em smartphones, por exemplo. Mas como tomar decisões assertivas diante de tantas informações?

Essas respostas estão ligadas a Lei da Variedade Requerida, que surgiu, antes mesmo, de toda essa revolução tecnológica existir.

O Que é a Lei Da Variedade Requerida

A Lei da Variedade Requerida foi, assim designada, por um dos fundadores da Cibernética e Psiquiatra William Ross Ashby, em meados de 1958 a 1979, que por meio de seus estudos, chegou-se à conclusão, em outras palavras que, quanto mais um sistema (máquina ou vivo) amplia seu conhecimento sobre informações diversas, porém selecionadas, maior será o seu controle e poder para tomar decisões assertivas e proativas diante de qualquer situação.

Alguns exemplos disso são: quanto mais uma pessoa tem informações sobre seus talentos e habilidades e sobre si mesmo, maior será a chance de escolher a profissão ou nicho mais adequado para se trabalhar. E ainda, quanto mais informações um professor, um coach ou um profissional de qualquer área se tem sobre determinado assunto, mais controle ele terá para lidar com seus alunos, clientes e coachees, como posso chamar sistema vivo controlado.

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Da mesma forma acontece com um sistema computacional, quanto mais variedade de informações programadas sobre inúmeros problemas que possam acontecer e, consequentemente que irá corrompê-lo (máquina), mais rápido haverá alguma ação automática para mantê-lo disponível, em pleno funcionamento, por haver condições de prevê-los e de saber como agir.

Do contrário, quando não se tem uma variedade de informações, haverá uma limitação do controlado, e os riscos do controlador fracassar se tornam maiores, pois nenhum sistema quer seja vivo ou mecânico, é capaz de tomar decisões assertivas sem um vasto repertório de informações.

Para uma pessoa ter insights, ideias brilhantes e geniais, elas precisam partir de conhecimentos extraídos através de variadas informações. Na verdade, um gênio só é gênio porque agiu de forma assertiva “materializando” informações específicas e variadas, e a partir disso, criou algo de valor que, nunca, ninguém havia pensado em criar anteriormente ao seu feito.

A Lei da Variedade Requerida da Cibernética pode ser aplicada à diferentes disciplinas e especialidades, tais como a psicologia, projetos, educação, medicina, etc. Escolhemos, portanto, fazer sua aplicação à educação.

Educação e Cibernética

A Cibernética está relacionada ao que chamamos de Tecnologia da Informação, porém, quando ela surgiu, era apenas um nome dado para intitular sistemas de controle automático capazes de regular e de conectar pessoas às máquinas.

Atualmente, com os avanços tecnológicos, muito ainda se tem a fazer quando diz respeito a educar o controlador, devido à preferência de uso aos métodos tradicionais preferidos. Alguns exemplos disso são médicos, que preferem anotar tudo em prontuário físico (papéis) e guardá-los em armários e professores, que ainda preferem quadro e giz tradicional para ministrarem suas aulas.

Não deixa de ser desafiador também, educar o controlado por meio da tecnologia, mesmo que o controlador possua informações variadas e as coloque disponíveis, de forma orientada. Nem todas as pessoas serão adeptas a fazer, por exemplo, um curso pela internet e vão preferir os métodos presenciais.

É preciso que tanto o controlador, quanto o controlado, entendam os benefícios que as formas de ensinar e aprender que a tecnologia oferece. A tecnologia pode ser entendida como uma forma de controle e por meio dela, existem amplas possibilidades a serem consideradas e exploradas, mas é preciso que cada um se sinta apto suficiente, que existam ambientes favoráveis, mas acima de tudo, que haja interesse “genuíno” em objetivos específicos a serem alcançados. A tecnologia, por si, só jamais controlará ações do homem sem a permissão dele, quer seja mental ou codificada, programada roboticamente.

Por fim, existe uma variedade considerável oferecida e requerida disponível para serem exploradas, e o homem, ainda é quem decide como melhorar o seu desempenho, usando o seu melhor modo – ferramentas e informações, não apenas variadas, portanto, as mais adequadas ao que se pretende alcançar. Convêm, a cada indivíduo controlador (de si mesmo, de outros e de algo) se adequar ao meio e alcançar a sua melhor forma de controle.