Aprender a aceitar o outro com as dificuldades que ele tem: ter empatia é um dom que devemos aprimorar frequentemente. Mais do que um sinal de evolução das nossas habilidades da vida social, é um atributo pessoal que só enriquece quem o desenvolve. No fim das contas, podemos inclusive dizer que essa é uma qualidade a ser desenvolvida e aperfeiçoada ao longo da vida.

Aprimorar a nossa capacidade de sentir empatia pelo outro, a nossa capacidade de compreender as nuances humanas e o nosso “jogo de cintura” na incrível arte de lidar com o outro é uma demanda de um projeto de melhoria pessoal.

Neste artigo, vamos entender direitinho o que é empatia, qual é o seu papel nas lideranças e como esse atributo é importante para as diferentes áreas da vida. Vamos conferir, ainda, uma dinâmica para reforçar essa característica. Ficou curioso? Então, continue a leitura e saiba mais!

O que é empatia? Por que ela é importante?

É fato que a empatia virou uma tendência muito forte para quem quer assumir uma liderança. Com toda razão. Pesquisas comprovam que várias empresas hoje oferecem treinamento de empatia aos seus gerentes. De acordo com esse estudo, as habilidades que tiveram maior correlação com a liderança bem-sucedida foram ouvir e responder com precisão.

A empatia está profundamente enraizada nos nossos cérebros e nossos corpos — evocando em nós o desejo de entender as emoções de outras pessoas. É tão rudimentar e realmente instintivo. Esse tipo de empatia é o que os psicólogos geralmente chamam de empatia cognitiva. 

Há muitas razões para praticar a empatia: é bom para a nossa saúde mental e nossas relações de trabalho. O problema da empatia é o outro lado que os psicólogos chamam de empatia emocional: o nosso desejo de não apenas entender as outras pessoas, mas também de sentir a dor delas.

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A empatia cria uma situação tendenciosa, muitas vezes cruel. Embora com boas intenções, ela não é neutra e às vezes pode doer mais do que ajudar os nossos relacionamentos e nossa capacidade de liderar efetivamente. Portanto, ser empático jamais deve ser confundido com deixar de amar a si mesmo e de defender o seu ponto de vista.

Por um lado, a empatia é inviável em longo prazo: quando estamos exaustos e esgotados, somos inevitavelmente menos capazes de nos doar aos colegas de equipe que mais precisam de nós. A empatia, porém, pode nos tornar inconscientemente mais solidários com as pessoas com quem nos relacionamos mais, tornando-nos menos propensos a nos conectar com pessoas cujas experiências não refletem as nossas.

Quais são os benefícios da empatia?

A empatia é a capacidade de se colocar mentalmente no lugar de outra pessoa e entender os seus sentimentos, perspectivas e necessidades. Ser empático é importante por várias razões.

  • Ajuda a construir relacionamentos saudáveis: quando somos empáticos, somos mais capazes de entender os sentimentos e necessidades das pessoas ao nosso redor. Isso nos permite construir relacionamentos mais fortes e saudáveis ​​com amigos, familiares e colegas de trabalho.
  • Melhora a comunicação: a empatia nos ajuda a entender as perspectivas e experiências dos outros. Quando somos empáticos, somos mais capazes de nos comunicar de forma clara e eficaz com as pessoas ao nosso redor.
  • Aumenta a compaixão: agindo com empatia, somos mais capazes de sentir compaixão pelas pessoas. Isso nos permite ajudar os outros quando eles precisam, mesmo que não estejamos passando pela mesma situação.
  • Reduz conflitos: ser empático pode ajudar a reduzir conflitos e mal-entendidos. Quando entendemos os sentimentos e perspectivas dos outros, podemos encontrar soluções que beneficiem todos os envolvidos.
  • Melhora a saúde mental: a empatia pode ajudar a melhorar a saúde mental, tanto para quem a pratica quanto para aqueles que são beneficiados por ela. Quando agimos dessa forma, nos sentimos mais conectados aos outros, o que pode nos ajudar a nos sentir mais felizes e satisfeitos.
  • Promove a diversidade e inclusão: quando somos empáticos, somos mais capazes de entender as perspectivas e experiências de pessoas diferentes de nós. Isso nos ajuda a promover a diversidade e a inclusão, fatores importantes para criar comunidades e sociedades mais justas e igualitárias.

Em resumo, ser empático é importante porque nos ajuda a construir relacionamentos saudáveis, melhorar a comunicação, aumentar a compaixão, reduzir conflitos, melhorar a saúde mental e promover a diversidade e a inclusão.

Empatia e compaixão são a mesma coisa?

Não. Há uma diferença entre empatia e compaixão no contexto da liderança, e a abordagem que você escolher determinará se você e os seus colegas de equipe sentirão um contágio emocional ou não. 

Empatia e compaixão decorrem dos mesmos desejos para melhor relacionar e entender as experiências dos outros. Ambas são extremamente benéficas para indivíduos e empresas. Todavia, as pesquisas mais recentes mostram que seguir o caminho compassivo está alinhado de maneira exclusiva com uma liderança não apenas excelente, mas sustentável.

Compaixão e empatia são fundamentalmente diferentes, mas estão intimamente relacionadas. A compaixão é uma resposta emocional à simpatia e cria um desejo de ajudar. A empatia é o nosso sentimento de consciência em relação às emoções de outras pessoas e uma tentativa de entender como elas se sentem.

Então, o que torna a compaixão diferente? Diferentemente da empatia, a compaixão cria uma distância emocional do indivíduo e da situação que estamos enfrentando. Ao praticar a compaixão, podemos nos tornar mais resilientes e melhorar nosso bem-estar geral, tornando o mundo um lugar bem melhor.

Como isso afeta os processos de liderança?

Com uma gestão compassiva, um líder pode se tornar um observador dos seus pensamentos, atitudes e emoções. Pode ir além de experimentar um sentimento que era incontrolável e gerenciar uma resposta mais apropriada.

A liderança empática e a liderança compassiva têm diferenças sutis. Ambas demonstram ter efeitos expressivos na felicidade, retenção e bem-estar geral dos funcionários. Mas enquanto a empatia é crucial para uma boa liderança, uma cultura de trabalho compassiva, onde os líderes demonstram regularmente preocupação com pessoas que enfrentam dificuldades e agem com base na preocupação de ajudar e apoiar, também pode ser um elemento chave. 

Um líder empático é capaz de estabelecer uma conexão com os seus colegas de equipe, incentivar a colaboração e influenciar os colegas de equipe a serem mais leais a uma organização. Por outro lado, o seu julgamento pode ser obscurecido pelos seus próprios preconceitos e experiências pessoais — até mesmo o seu julgamento ético pode ser corroído. É aí que entra a compaixão.

Como podemos desenvolver a empatia e a compaixão?

Existem várias maneiras de desenvolver a empatia e a compaixão. Aqui estão algumas sugestões:

  • Pratique a escuta ativa: quando conversar com alguém, preste atenção nas suas palavras e tente entender os sentimentos e perspectivas do outro. Isso ajudará você a se colocar no lugar da outra pessoa e a entender as suas necessidades.
  • Coloque-se no lugar do outro: quando você se encontrar em uma situação específica, tente se colocar no lugar da outra pessoa e imagine como ela se sentiria. Isso pode ajudá-lo a entender as perspectivas e necessidades dos outros.
  • Pratique a meditação da compaixão: a meditação da compaixão é uma técnica que ajuda a desenvolver a empatia e a compaixão. Nessa prática, você se concentra em pensamentos de compaixão e bondade amorosa para si mesmo e para os outros.
  • Ajude os outros: quando ajudamos os outros, somos mais capazes de entender as suas necessidades e perspectivas. Isso pode ajudar a desenvolver a empatia e a compaixão.
  • Pratique o perdão: ao perdoarmos os outros, somos mais capazes de ser humildes, afinal de contas, quando erramos, nós também gostamos de ser perdoados, não é mesmo?
  • Leia livros e assista filmes que exploram a empatia e a compaixão: a leitura de livros e a assistência de filmes que exploram esses temas podem ajudar a desenvolver essas características, sobretudo pelo poder do exemplo.

Dinâmica da empatia

Sem ignorar as questões acima, o legado da dinâmica a seguir é o de uma compreensão maior sobre problemas que, se não são nossos, bem que poderiam sê-lo. 

Cada participante deve escrever em um pedaço de papel em branco, que receberá do condutor da dinâmica, alguma dificuldade que encontra no relacionamento interpessoal e que não gostaria de expor oralmente em qualquer ambiente semipúblico.

Todos devem escrever de forma diferente, ou seja, com uma letra que não entregue a identidade do autor, bem como, claro, não se identificar no papel. Em seguida, o coordenador da dinâmica recolhe os papéis entregues e os mistura. Após um sorteio, os papéis são pegos pelos participantes da dinâmica, que assumem como seus, os problemas lá escritos.

O problema é lido em voz alta e uma solução é proposta. A intenção não é fazer perguntas, nem debates. Feitas todas as leituras e sugestões de soluções, o condutor deve propor questões ao grupo, tais como: “O outro compreendeu o seu problema?”, “Como você se sentiu ao ver o problema descrito?”; “Você compreendeu o problema do outro?”; e “Como você se sentiu em relação ao grupo?”.

Com essa atividade, todos têm a possibilidade de se colocar no lugar do outro, pois entender melhor os seus comportamentos e sentimentos é essencial para desenvolver a empatia necessária para a convivência em grupo.

E você, querida pessoa, se considera uma pessoa empática? Por quê? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!