Monkey Business Images/Shutterstock Contar e ouvir histórias amplia a visão de mundo das crianças e expande o conhecimento dos adultos

Conta-se que a verdade visitava os homens sem roupas e sem adornos; tão nua quanto o seu nome. Por isso, todos os que a viam viravam-lhe as costas, de vergonha ou de medo, e ninguém lhe dava as boas-vindas.

Assim, a verdade percorria os confins da terra, rejeitada e desprezada. Numa tarde, muito desolada e triste, encontrou a Parábola, que passeava alegremente, num traje belo e muito colorido.

– Verdade, por que está tão abatida?

– Porque devo ser muito feia, já que os homens me evitam!

– Que disparate – riu a parábola. – não é por isso que os homens te evitam. Tome, vista algumas das minhas roupas e veja o que acontece.

A verdade colocou algumas das lindas vestes da Parábola e, de repente, por toda a parte onde passava, era bem-vinda.

PSC

A Parábola disse:

– Acontece que os homens não gostam de encarar a Verdade nua, eles a preferem disfarçada.

Contar Histórias Estimula o Aprendizado

A contação de histórias está entre os métodos mais antigos de ensino-aprendizagem. Uma narrativa nos faz aprender pelo exemplo, ela nos transporta para determinada situação e nos impele a compreender as causas e consequências a partir de um dado.

Pode ser um tipo de eufemismo, ou de romantização, mas as histórias quebram a frieza das informações. Muitos palestrantes e trainers já descobriram essa forma de se comunicar e, antes de qualquer conteúdo, lançam uma história, seja um caso pessoal, às vezes até familiar, seja um case de alguma empresa, seja uma parábola, um conto enfim… Desde que seja uma estrutura narrativa já se tem a oportunidade de começar diferente.

As histórias articulam arquétipos conhecidos e sempre tem algo a ensinar. É necessário, contudo, que sejamos bons contadores de histórias e não meros “faladores” de histórias. Contar histórias exige um mínimo de emoção e articulação vocal.

É importante não falar sobre a história, mas contá-la mesmo, com todos os personagens, peripécias e com o máximo de detalhes. As histórias oferecem a oportunidade de vivência dos temas a serem ensinados.

Muitos gostam de explicar as histórias e isso é um erro. A responsabilidade por atribuir sentido a uma narrativa é de quem a ouve. Esse, aliás, é outro trunfo dessa lei maravilhosa da aprendizagem – a possibilidade de, com a mesma história, falar de duas, três ou mais temas diferentes.

A amplitude semântica dos contos faz a principal riqueza desse método. Chamo essas histórias, nos meus treinamentos, de metáforas. Realmente essas formas metafóricas de se falar sobre um assunto. Não há informação no mundo que, se transformada em metáforas, não atingirão seu objetivo de chegar até as pessoas.